Ao contrário do Rio, políticos americanos querem menos restrições em aeroporto congestionado

Uma pressão pelo fim da regra de destinos no aeroporto mais central da capital Washington tem mobilizado políticos americanos.

Foto de Wirestock – DepositPhotos

O Aeroporto Reagan National é o mais antigo de Washington D.C., e está a poucos minutos do Capitólio, Casa Branca e os principais pontos da capital, sejam turísticos ou políticos.

Atualmente, existe uma restrição sobre os voos saindo do pequeno aeroporto, que acomoda jatos até do porte do Boeing 757, apesar deste não voar mais lá.

A limitação gira em torno de 1.250 milhas (2.012 km) a partir da capital, que permite voos até Dallas e Houston, principais cidades do Texas, mas nada além disso, excluindo o resto do estado e toda a costa oeste americana.

As únicas exceções são para 20 voos semanais, que as companhias costumam usar para a Califórnia, por estarem lá grandes escritórios das Big Techs e das empresas de defesa, que têm grande atuação e lobby no congresso.

Mas políticos do Texas e também de Utah estão fazendo movimentos para que a regra caia, alegando que a medida prejudica o turismo e a economia, já que permite voos mais distantes apenas saindo do Aeroporto Dulles International, mais afastado do centro.

Segundo o portal Axios apurou, os deputados, tanto do Partido Republicano como do Democrata, estão encabeçando o movimento que quer que a regra caia ou que tenha até 45 voos excepcionais à regra.

Do outro lado estão deputados da região chamada de DMV, que engloba a grande Washington, mais especificamente os Distritos de Columbia, Maryland e Virgínia. Eles argumentam que o Dulles tem mais estrutura para voos e que voos mais longos saindo do Reagan aumentarão o ruído nos bairros vizinhos.

Uma discussão bem similar acontece no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, onde os governos municipal e estadual batalham para que tenham restrições no Aeroporto Santos Dumont, para que o Galeão possa crescer.

Nos EUA, os aeroportos Dulles e Reagan têm praticamente o mesmo número de passageiros, já no Brasil o Galeão tem 40% menos voos que o Santos Dumont, que se tornou um mini-hub para as empresas brasileiras, com vários voos “longos” para o Nordeste e Sul.

A ideia dos políticos brasileiros é que haja uma regra parecida com a da capital americana, porém, bem mais restrita: apenas voos da Ponte Aérea e Brasília (por causa do congresso e governo federal).

Em ambos os países a discussão ainda levará tempo, mas uma decisão ainda deve sair neste ano.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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