Após 73 mil horas e 47 mil pousos e decolagens, o mais antigo A321 da Swiss se despede da aviação

Imagem: Reto Hoffmann / SWISS

Mais de 7 milhões de passageiros transportados, 47.000 pousos e decolagens realizados e mais de 73.000 horas de tráfego: essas são as estatísticas do Airbus A321 registrado sob a matrícula HB-IOC, que passou mais de 27 anos atendendo os clientes da companhia aérea suíça SWISS e, antes dela, de sua antecessora Swissair.

Mas o que acontece com uma aeronave da SWISS quando chega ao fim de sua vida útil? A companhia aérea explicou e ainda contou a história deste equipamento, como apresentado nesta matéria, em vídeo, fotos e informações.

O Airbus A321 HB-IOC, que foi construído em 1995, carregou três nomes no curso de seu serviço na Swissair e SWISS. Originalmente chamado de Neuchâtel, foi posteriormente renomeado para Lausanne, em referência à cidade suíça que se tornou sede do Comitê Olímpico Internacional (IOC, na sigla em inglês), coincidindo com sua matrícula ‘IOC’. Nessa época, voou por muito tempo com os aros olímpicos estampados na fuselagem.

Imagem: SWISS

Depois, em seus anos de SWISS, ganhou o nome de St. Moritz, em homenagem a um famoso resort alpino suíço. Para muitos na empresa, porém, ela sempre foi a ‘velha senhora’, o ‘avião olímpico’ ou apenas o IOC.

Este membro especial da frota da SWISS fez seu último voo há alguns meses, no dia 31 de outubro, quando partiu de Zurique, base da empresa aérea na Suíça, para Castellon, na Espanha, onde foi estocado para ter início o seu processo de desmontagem.

Imagem: SWISS

Renovação contínua da frota

A SWISS afirma que possui uma das frotas de aeronaves mais avançadas da Europa e investe continuamente em sua renovação. Operar aeronaves de última geração é atualmente a maneira mais eficaz de reduzir as emissões de dióxido de carbono.

E se o setor de transporte aéreo deseja atingir seus objetivos de emissão de carbono, deve garantir que suas aeronaves mais antigas sejam substituídas por sucessoras novas e mais eficientes em termos de combustível.

Há dois anos, a SWISS recebeu a última aeronave de seu pedido de 30 novos Airbus A220. Desde então, o foco tem sido adicionar os novos Airbus A320neo e A321neo à frota. O A320neo, por exemplo, consome cerca de 20% menos combustível do que seu antecessor A320ceo. E os A320 e A321 mais antigos da SWISS estão sendo constantemente substituídos pela nova geração ‘neo’.

Gerenciamento integrado do ciclo de vida

Além de reduzir suas emissões, a gestão integrada do ciclo de vida é outro elemento vital nas responsabilidades corporativas da SWISS. É aí que o Airbus A321 HB-IOC entra na história novamente, pois, quando se tratou de eliminar gradualmente seu famoso Avião Olímpico, a SWISS foi ainda mais longe em seus esforços constantes para otimizar suas credenciais de sustentabilidade.

A empresa destaca que a retirada do HB-IOC serviu como projeto-piloto para testar diversas ações que pudessem torná-la ainda mais sustentável no trato com os elementos de uma aeronave retirada de circulação, tanto em termos econômicos quanto ecológicos.

Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS

Como a eliminação do HB-IOC confirmou, a SWISS está no caminho certo. E com base nessa experiência, a empresa estabeleceu um novo procedimento padrão segundo o qual, antes de cada eliminação gradual, primeiro identificará os componentes que podem ser usados diretamente como peças sobressalentes para a frota de aeronaves restante.

A SWISS também descreve que está constantemente desenvolvendo uma experiência em como várias outras partes de uma aeronave retirada podem ser usadas para fazer móveis de design ou outros acessórios que lhe dão uma nova vida com uma aparência totalmente diferente.

Imagem: Reto Hoffmann / SWISS
Imagem: Reto Hoffmann / SWISS

No caso concreto do HB-IOC, várias partes do interior da cabine estão sendo reutilizadas dentro do Grupo Lufthansa (proprietário da SWISS), para atualizar seus simuladores de cabine, por exemplo.

Ao longo desses processos de desmontagem e reciclagem, a SWISS faz questão de colaborar exclusivamente com parceiros devidamente certificados para o trabalho em questão. A companhia finaliza afirmando que as peças e componentes não reutilizáveis são reciclados em total conformidade com a gestão integrada do ciclo de vida da empresa, com particular ênfase na recuperação de alumínio e outras ligas de elevado valor.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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