Após enrosco jurídico, Emirates International recebe primeiro Boeing 737-400F da frota

Emirates

Um novo transportador de carga poderá, em breve, iniciar operações no Oriente Médio. A startup Emirates International Air Cargo (EIAC), com sede em Abu Dhabi, parece ter finalmente recebido seu primeiro 737-400F convertido em cargueiro, depois de uma disputa legal com a Aero Acquisitions, dona do avião, impedindo a aeronave de voar por vários anos.

A aeronave, hoje matriculada N16AQ, voou antes na Qantas entre 1996 e 2013, e foi convertida em cargueira nas instalações da Cooperativa Autogestionária de Serviços Aeroindustriais (COOPESA) em San Jose, Costa Rica, no ano de 2014. Após anos parada, ela finalmente foi levada a San Bernardino em 13 de outubro, presumivelmente antes de ser transportada para os Emirados Árabes Unidos.

O enrosco da Emirates International Air Cargo

Em uma ação por quebra de contrato apresentada no Tribunal Distrital Sul de Nova York em 30 de maio de 2017, a EIAC alegou que a Aero Acquisitions não entregou a aeronave de acordo com um contrato de compra e venda assinado entre as duas partes em dezembro de 2013, causando perda financeira e interrupção dos negócios. De acordo com a alegação da EIAC, no final de 2014, ela havia pago um total de US$ 7,49 milhões à Aero Acquisitions, mas, no final de 2015, a Aero vendeu um dos motores CFM56 da aeronave para terceiros, deixando o 737-400F convertido em cargueiro preso em San Jose, sem poder sair.

Em 23 de junho de 2017, a Aero Acquisitions apresentou uma reconvenção, alegando que em 15 de maio de 2017, recebeu um aviso de que a pintura, projetada pela Global Bounds baseada na Jordânia, infringia a marca registrada da Emirates, companhia aérea de Dubai. Isso violou as condições do contrato de compra e venda, segundo a dona do avião.

N16AQ

Em agosto de 2018, os advogados da Aero Acquisition pediram e receberam permissão para se retirar do caso devido ao não pagamento de honorários advocatícios. A Aero, posteriormente, não nomeou um advogado substituto.

O tribunal decidiu em 5 de novembro de 2018, ordenando que o EIAC recupere da Aero Acquisitions US$ 8,89 milhões, consistindo nos US$ 7,49 milhões pagos no contrato de compra e venda e US$ 1,40 milhão nos custos incorridos. A Aero Acquisitions também recebeu ordem de entregar a aeronave à EIAC.

Com a aeronave agora liberada e o processo terminado, a EIAC provavelmente continuará com seus planos originais e começará a voar.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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