O governo dos Países Baixos desistiu, por enquanto, de reduzir os voos no Aeroporto Schiphol, em Amsterdã, após várias reclamações. A medida que reduziria em 10% os voos na principal porta de entrada do país foi recebida com pesadas críticas de outros países, associações, companhias aéreas, passageiros e da própria KLM, uma das principais empresas do país, da qual inclusive o governo é um dos acionistas.
Esta redução foi feita sem consulta prévia ao setor e consumidores e prejudicava bastante as empresas que chegaram recentemente no aeroporto, como a americana JetBlue, que perderia todos os direitos de voos para a Holanda.
Com isso, ela e outras empresas decidiram ir à justiça, e foram apoiadas pelo governo americano. A pressão deu efeito: o Ministro da Infraestrutura dos Países Baixos, Mark Harbers, decidiu suspender os planos de corte de voos em comunicado enviado ao parlamento do país.
Ele afirmou que recebeu reclamações dos EUA, Canadá e da própria Comissão Europeia, afirmando que a decisão não era balanceada (trazia mais prejuízo que benefícios) e que uma nova regra deve ser feita no futuro para reduzir a emissão de ruído e de gases poluentes.
O Aeroporto de Amsterdã, por sua vez, afirmou que está “desapontado pelos recentes desenvolvimentos e que os vizinhos estão no limite“, numa surpreendente crítica a medida que reduziria a receita do próprio aeroporto e provocaria boicote por empresas aéreas.
“Reduzir o número de voos não é objetivo em si, mas a regra proposta dava claridade e certeza para os residentes locais. Mais ainda, agora esse recuo traz mais incerteza, incluindo para o setor da aviação. É hora de os obstáculos para os residentes locais serem visivelmente reduzidos. A importância do fechamento noturno do Schiphol torna-se agora ainda mais iminente. Isto também se aplica a outras medidas do nosso plano, como a proibição de voos privados e a proibição das aeronaves mais barulhentas”, afirma o aeroporto, atuando em defesa dos moradores.
