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Asiana fica proibida de voar para São Francisco devido a acidente

A Suprema Corte da Coreia do Sul não pegou leve com a Asiana e suspendeu hoje por mais de um mês os voos da companhia para São Francisco.

Boeing 777 Asiana SFO
Passageiros evacuam o Boeing 777 após acidente em São Francisco © Reuters

O motivo dessa decisão é “simples”: o acidente do voo OZ214, em que, das 307 pessoas a bordo, três morreram e 187 ficaram feridas em 6 de julho de 2013.

O Boeing 777-200ER da Asiana, de matrícula HL7742, cumpria o voo OZ214 de Seul, na Coreia do Sul, para São Francisco, no Norte da Califórnia.

Durante a aproximação a aeronave perdeu sustentação e colidiu com o solo antes da pista, fazendo com que o Boeing literalmente “capotasse” em pleno ar, voltando a atingir o solo em frente. Veja o vídeo do acidente no YouTube clicando aqui.

As imagens incríveis do acidente rodaram o mundo e, apesar de todo o estrago, apenas três pessoas morreram: duas garotas que não estavam usando cinto de segurança e foram lançadas para fora da aeronave, além de outra garota que atingiu a porta depois de seu assento girar dentro do avião.

As investigações mostraram que a causa do acidente foi erro de pilotagem, principalmente do comandante. O comandante Lee Kang-kook estava realizando um voo de instrução em rota, algo corriqueiro na aviação para pilotos que estão mudando de aeronave.

Porém apesar de ter mais de 9 mil horas de voo, tinha apenas 43h no Boeing 777. A maior parte de sua experiência foi com aeronaves Airbus, que possuem uma filosofia de funcionamento do piloto automático diferente do 777.

Baseando-se na experiência anterior e na sua errônea instrução no centro de treinamento da Asiana, Lee Kang desabilitou o auto-throttle (controle automático de potência) durante a aproximação e não monitorou a velocidade da aeronave, que foi caindo.

Lee Kang foi instruído que, caso o Boeing chegasse na velocidade mínima para se manter em voo (velocidade de estol), o computador de voo iria automaticamente aumentar a potência dos motores para evitar a perda de sustentação e a consequente queda, de maneira similar ao que o envelope de proteção de voo faz no Airbus.

Porém, isso não acontece no Boeing, que é menos automatizado. Soma-se a isso o fato de que a aérea não incentivava os seus pilotos a fazerem pousos manuais, tanto que era o primeiro pouso “na mão” feito por Lee. Criou-se na empresa uma cultura de sempre confiar na automação da aeronave.

O resultado foi que o avião, funcionando perfeitamente, caiu antes de chegar na pista simplesmente por não ter sido dada a potência necessária. O caso virou episódio da série MayDay e você pode conferir abaixo com mais detalhes clicando aqui.

Decisão da Corte foi adiada várias vezes

A decisão de hoje terá que ser cumprida em até seis meses. A punição é a proibição de voos durante 45 dias seguidos na rota Seul – São Francisco, que hoje é operada pelo Airbus A350 da companhia.

Em 2014, já com a conclusão da investigação, o Ministro dos Transportes sul-coreano decidiu pela suspensão de 90 dias da Asiana na rota, como forma de punir a empresa pelo mau treinamento de seus pilotos.

Desde então a aérea tem recorrido da decisão, que foi diminuída pela metade após os esforços da companhia em compensar as vítimas do acidente.

Passageiros são resgatados após acidente da Asiana

A empresa aérea estima que irá perder ₩11 bilhões de wons (US$ 9 milhões | R$38 milhões) em receita no período que não irá voar a rota.

Ainda não foi definido quando começa a suspensão dos voos, mas a Asiana estuda junto com o Ministério dos Transportes uma janela de datas que tenha menos passageiros.

Vale lembrar que a Asiana inicia voos para Portugal nas próximas semana com o Airbus A350-900XWB. Será a primeira vez que Portugal e Coreia do Sul serão ligados com voos diretos.

Com informações do Korean Times

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