A companhia aérea Etihad Airways foi obrigada a remover um vídeo promocional sobre seu mais novo destino, Israel, depois que grupos muçulmanos criticaram a abordagem dada a ele. O vídeo já foi banido das aeronaves da empresa aérea, mas pode ser visto abaixo (espere carregar).
Embora o vídeo se refira a Tel Aviv, cidade para onde os voos ocorreriam, a empresa árabe coloca, no canto superior esquerdo, uma ilustração do que seria o Segundo Templo, localizado na capital de Israel, Jerusalém.
Sugerir uma visita a Jerusalém não seria um problema, já que a cidade também é considerada sagrada para os muçulmanos, assim como é para os judeus e cristãos. No entanto, a imagem no vídeo promocional se referia diretamente ao Segundo Templo, que substituiu o Templo de Salomão, mas, igual a este, foi destruído posteriormente.
O tamanho do rolo
Ambos os templos foram erguidos pelo povo judaico sobre a rocha sagrada (Monte Moriá), onde Abraão teria oferecido seu filho Isaque em sacrifício, o qual não foi consumado por vontade de Deus. Para os muçulmanos, nesse mesmo lugar teria acontecido a oferta de Ismael, o filho que Abraão teve com sua serva Agar, além de ser o local de onde o profeta Maomé ascendeu ao paraíso para falar com Deus.
Apenas por esse parágrafo acima, é possível ter uma ideia do rolo envolvido sobre esse lugar e como é difícil uma resolução pacífica.
Pois bem, após a destruição do Segundo Templo pelos romanos e após a conquista da região pelos muçulmanos, foi construído no mesmo lugar a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha (a emblemática cúpula dourada que ilustra quase todas as fotos de Jerusalém). Sob o domo, está a rocha sagrada citada acima.
Vídeo banido
Como o desenho no vídeo fala do templo judaico, que não existe mais e foi “substituído” por uma mesquita muçulmana, muitos árabes ficaram revoltados porque seria uma empresa árabe negando a história do seu povo.
Outras pessoas teriam apontado a situação como “validação do roubo de terras por Israel” ou “video cheio de imprecisões históricas”. De qualquer maneira um mal estar foi gerado numa relação já delicada entre países árabes e Israel, que vinham mostrando um avanço com o início de voos entre os países vizinhos além da autorização de sobrevoo de aeronaves israelitas em alguns países árabes.