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Um incidente envolvendo um ATR-72-600 da Azul resultou num pouso de emergência em São Luís no último sábado, dia 14 de novembro. O registro da ocorrência foi incluído na base de dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Força Aérea Brasileira.
Trinca
Segundo o relato, a aeronave de matrícula PR-AKI decolou às 7h45 da manhã do Aeroporto Internacional Val de Cans em Belém do Pará, com destino ao Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, em São Luís do Maranhão, no voo regular AD-4675 com quatro tripulantes e sessenta e um passageiros a bordo. A viagem corriqueira dura cerca de uma hora e vinte minutos e é trajeto fácil para uma máquina moderna como um ATR-72.
O voo transcorria normalmente, com o avião nivelando a uma altitude de cruzeiro de 19.000 pés (FL190). No entanto, em determinado momento, ainda em cruzeiro, teria ocorrido uma trinca no para-brisas da aeronave, vindo a afetar a pressurização da cabine devido à troca com o ar externo.
Pan Pan
Diante do evento inesperado, os pilotos, que são treinados para tal situação, recorreram ao manual de procedimentos, enquanto desciam para o nível de voo FL100 (10.000 pés ou aproximadamente 3.300 metros) a fim de eliminar efeitos da despressurização da cabine. Não há informação sobre o uso de máscaras de oxigênio.
Nesse momento, os comandantes decidiram que o melhor seria relatar sua urgência para pouso ao controlador de trafego aéreo e teriam então declarado emergência (“PAN PAN”) pelo rádio, como consta no CENIPA.
A continuação do voo, aproximação e pouso na pista 06 de São Luís ocorreram normalmente e os passageiros foram desembarcados em seu destino. A aeronave PR-AKI, porém, está parada no aeroporto maranhense há três dias, sem ter assumido nenhuma nova operação, provavelmente em manutenção.
Descida de emergência
Enquanto a direção do voo, registrada no FlightRadar24 (acima), mostra um trajeto normal, quando comparado a voos de outros dias, a variação de altitude demonstra o momento em que os pilotos resolveram descer para o FL100 a fim de mitigar os riscos associados à despressurização.
Note na comparação abaixo o perfil do voo em três dias diferentes na semana passada, com o voo do incidente no topo. É possível notar como a curva de altitude foge ao padrão dos demais voos, refletindo a ação dos pilotos na emergência.
Não há informações sobre a causa da trinca no para-brisas. O relato registrado no CENIPA pode ser verificado no site do órgão.
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