Avianca está furiosa porque terá que concorrer com a Emirates em rota de alta rentabilidade

A Emirates Airline deve chegar em breve ao mercado colombiano, oferecendo uma grande competição para o trecho Bogotá-Miami, que possui alta demanda e rentabilidade. A empresa de origem árabe planeja operar com uma aeronave Boeing 777-300ER com capacidade para 354 passageiros em voos diários.

Entretanto, essa entrada tem irritado a Avianca, que vê o movimento da concorrente como uma ameaça ao mercado aéreo colombiano e a empregos locais.

De acordo com a matéria do noticiário Infobae, representantes da Avianca externaram suas preocupações em uma audiência pública da Aeronáutica Civil. No evento, acusaram a Emirates de buscar apenas explorar mercados já desenvolvidos, sem se preocupar em fortalecer a conectividade com a Colômbia.

Além disso, a Avianca alega que a companhia estaria desrespeitando princípios de igualdade, oportunidade e reciprocidade e pediu à Aerocivil para avaliar tais precedentes.

O descontentamento da Avianca é acentuado pela concessão de permissões para a Emirates que lhe permitem operar voos com direito de tráfego de quinta liberdade. Isto significa que a Emirates não estará limitada ao roteiro Bogotá-Miami-Dubai, mas poderá explorar separadamente os trechos Bogotá-Miami e Miami-Dubai. Este último direito é considerado de difícil concessão, pois exige a permissão de três países – neste caso, Colômbia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.

A rota Bogotá-Miami, conhecida por alta demanda, mas também por intensa competição entre Latam, American Airlines, Spirit, JetBlue e Delta, é a que mais preocupa a Avianca. A Emirates planeja operar nesta rota com Boeings 777-300ER, que possuem maior capacidade de passageiros do que os Airbus A320, aviões usados pelas outras companhias, e poderia assumir uma grande fatia do mercado.

Além disso, a Avianca afirma que a compra de voos para Dubai é quase insignificante e acusa a Emirates de se concentrar exclusivamente no trecho Bogotá-Miami. A companhia colombiana também argumenta que a Emirates é altamente subsidiada pelos Emirados Árabes Unidos, o que lhe permite competir sem medo de perdas.

Enquanto isso, a Aeronáutica Civil concedeu à Avianca permissão para explorar a rota Bogotá-Paris, atualmente oferecida apenas pela Air France. Esta manobra faz parte de um plano da Avianca para aumentar as frequências entre a América Latina e a Europa, posicionando-se como um concorrente direto da Air France.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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