Aviões da Latam colidiram 461 vezes com pássaros só em 2021; custo passou de R$100 mi

Na manhã desta terça-feira (16), o CEO da Latam, Jerome Cadier, fez uma publicação no LinkedIN abordando o tema “bird strike”, termo como as colisões com aves são conhecidas no meio aéreo. Seguindo uma linha transparente, o executivo deu números da própria empresa que preside e cobrou as administradoras de aeroportos.

Tais informações são úteis para desmistificar alguns temas relacionados às viagens de avião, ao mesmo tempo em que surpreendem pelos montantes.

Quantidade de colisões

Um exemplo disso foram as próprias colisões com pássaros, que no ano passado chegaram a 461, ou uma média de mais de uma por dia, apenas na Latam. Dentro da quantidade de voos operados pela empresa, no entanto, o número está em linha com o setor: segundo Cadier foram 150 mil voos em 2021, o que leva o percentual de “bird strikes” a 0,3%

O executivo revela que, por conta disso, a Latam teve que “colocar os aviões no chão para reparo em período equivalente a 1200 horas. Isto atrapalhou a vida de 32 mil passageiros que tiveram os seus voos cancelados ou atrasados… Como aviões são equipamentos muito caros, no ano passado a LATAM Brasil gastou mais de 100 milhões de reais em material, reparo e custo dos aviões no chão somente por causa destes impactos”.

Ele também mostra como o cliente paga essa conta. “Em uma conta simples, no ano passado transportamos 20 milhões de clientes. Ou seja, cada um destes clientes pagou R$ 5 a mais na sua passagem simplesmente por causa do quê? “Bird strikes”. E ainda me perguntam porque a aviação no Brasil é cara… Aí está um dos vários motivos”.

Equipe treinada e cobrança

“O perigo é real, mas raramente os eventos têm consequências muito graves porque as aeronaves são muito robustas, os pilotos estão preparados e sabem como reagir”, disse Cadier.

O executivo também aproveitou para destacar a responsabilidade dos administradores de aeroportos.

“A gestão da fauna perto dos aeroportos não é simples nem fácil. Exige investimento grande e é de responsabilidade dos municípios e dos aeroportos – e não das companhias aéreas. Torço para que continuem os esforços de todos para que tenhamos menos impacto e custos para nossos clientes”, concluiu.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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