O golpe militar no Níger continua dando desdobramentos negativos na aviação civil, agora com o fechamento do espaço aéreo.
Após uma semana repleta de aviões Airbus militares evacuando cidadãos de países da OTAN e outros aliados, a junta militar que se estabeleceu no país anunciou hoje que descobriu um suposto plano de invasão por forças estrangeiras e, por isso, decidiu fechar o espaço aéreo do país, ameaçando abater qualquer avião, mesmo que civil, que entrasse na região.
Sendo o 6º maior país em área do continente africano com 1.267.000 quilômetros quadrados de área, o Níger é um ponto importante de passagem, especialmente para voos que saem da Europa com destino à África subsaariana, e também de voos que saem da costa oeste africana para a Ásia.
A decisão foi tomada no final da noite (horário local) e vários aviões em voo, que inclusive já iriam adentrar o espaço aéreo do Níger, tiveram que ser desviados.
Other Flights also appear to now be avoiding Niger’s Airspace due to the Closure which was announced by the Military Junta. pic.twitter.com/duVOA7iYIe
— OSINTdefender (@sentdefender) August 6, 2023
Os últimos dados apontam que ao menos dois voos da Lufthansa, dois da Turkish Airlines e um das empresas Air France, Brussels, British, Eurowings, Etihopian, KLM, TAAG e Virgin Atlantic fizeram desvios para contornar o Níger. Mais voos, principalmente de companhias europeias, deverão mudar de rota ao longo da noite.
Já o voo AFR-995, de Joanesburgo para Paris, operado por um Boeing 777-300ER da Air France, foi desviado para Abidjan, na Costa do Marfim, para poder reabastecer antes de seguir para a França, já que não teria combustível para fazer o contorno.
Voos regulares saindo ou indo para o Brasil não usam o espaço aéreo do Níger e por isso não devem ser afetados pela decisão da junta militar.