A Azul Linhas Aéreas Brasileiras adicionou mais detalhes à joint venture (JV) planejada com a TAP Air Portugal, que já havia sido anunciada pelo fundador e presidente da companhia aérea, David Neeleman, durante uma atualização a investidores em 7 de novembro. A transação foi posteriormente aprovada pelo Comitê de Governança e pelo Conselho de Administração da Azul.
Em sua apresentação ao mercado, a companhia aérea afirma que a joint venture não corporativa visa “proporcionar benefícios aos clientes, comunidades e mercado entre o Brasil e a Europa”.
O acordo colaborativo de compartilhamento de receita pretende oferecer um “serviço contínuo” aos passageiros “por meio de uma melhor coordenação dos horários dos voos”.
Espera-se que a joint venture conduza o crescimento do tráfego entre as duas regiões. As receitas adicionais serão distribuídas de acordo com “a capacidade pré-JV implantada por cada transportadora”.
A TAP é atualmente a operadora líder de serviços regulares entre a Europa e a América do Sul, com mais de 19.000 assentos semanais e 69 voos semanais partindo de Lisboa e Porto, de acordo com dados do ch-aviation.
Do outro lado, atualmente, a Azul oferece apenas 14 serviços semanais e uma capacidade de quase 3.700 assentos semanais, de Viracopos a Porto (3x por semana) e Lisboa (11x por semana).
A companhia aérea brasileira espera que a JV proporcione um crescimento nas receitas para ambas as empresas e que também permita que as duas empresas alinhem os programas de passageiro frequente. Também espera uma melhor conectividade com a rede doméstica brasileira e melhor acesso ao mercado europeu.
O acordo de joint venture proposto depende de aprovações relevantes das autoridades governamentais dos dois países. Se for bem-sucedido, ele ficará ao lado de outras joint ventures transatlânticas, como entre Virgin Atlantic, Delta Air Lines e Air France-KLM, e entre United Airlines, Grupo Lufthansa e Air Canada.
Entra a joint venture, sai David Neeleman
Enquanto o acordo de joint venture avança bem entre as duas empresas aéreas, o mesmo não ocorre na relação entre David Neeleman e o governo português.
O fundador da Azul, que possui uma fatia de 45% do controle da TAP e tem sido responsável pela gestão desta já há alguns anos, está bastante descontente com a participação de Portugal na companhia. O governo controla 50% da empresa aérea, mas não estaria agindo com a eficiência e comprometimento que Neeleman gostaria.
O empresário brasileiro-americano já considera vender sua participação na TAP e avalia outras possibilidades de investimento em grandes companhias aéreas. Veja mais detalhes na matéria a seguir: