Buracos no radar: entenda por que há locais onde os aviões civis não voam

Imagem: Avianews

Quem acessa regularmente e monitora voos através de plataformas como Radarbox ou FlightRadar24 certamente notou que há locais do globo onde praticamente não há aviões civis voando, criando “buracos” bastante notáveis. Nesse sentido, o site ucraniano Avianews fez uma publicação em que detalha um pouco mais o por quê disso acontecer.

No continente europeu, as aeronaves evitam a Ucrânia e partes da Rússia, devido à invasão russa no país desde fevereiro de 2022. Esta marca no tráfego aéreo da região notou-se, principalmente depois do abatimento de um Boeing 777 da Malaysia Airlines na região de Donetsk, em 2014.

Além disso, a Rússia e o Ocidente trocaram sanções, e as transportadoras aéreas optaram por rotas no Ártico e Ásia Central, em vez de voos normais através do espaço aéreo russo, gerando ainda mais “espaço livre” nos céus do norte-nordeste russos.

Na Ásia, as montanhas do Tibete apresentam um buraco ao impor restrições a voos civis. Durante falhas na pressão da cabine, o avião deve descer abaixo de dez mil pés ou três mil metros, o que é inviável em algumas áreas por conta da altura das montanhas. Assim, as operadoras aéreas são forçadas a mudar as rotas.

Na África, a área do Sudão está cercada de exclusões de voo desde abril de 2023, devido ao conflito armado entre forças especiais e exército local. Durante o conflito, vários jatos de passageiros foram destruídos no Aeroporto Internacional da capital Cartum. Todo esse contexto obrigou ao desvio de voos civis.

A Europa, a Ásia e a África são marcadas pelas limitações impostas por um ambiente de tensão política. Assim, tirando a região do Tibete, espera-se que nas outras regiões o tráfego aéreo poderá voltar um dia.

ERRATA: Havia um erro com as altitudes de sobrevoo do Tibete, que foi corrigido após a publicação da matéria.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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