O CEO da Air Canada, Michael Rousseau, está sendo criticado em seu país após confessar que não sabe falar francês, uma das línguas oficiais do Canadá. Seu constrangimento começou no momento em que um jornalista lhe fez uma pergunta em francês, durante uma entrevista coletiva na quarta (3). Ele ficou mudo por alguns segundos, para então pedir que a pergunta fosse feita em inglês.
Ele também foi questionado por que não aprendeu francês, respondendo em meias-palavras: “Se você olhar para o meu horário de trabalho, você entenderá por quê”.
Segundo o noticiário da CBC Canada, isso gerou críticas rápidas de políticos e de vários comentaristas de Quebec. Michel Leblanc, o presidente da Câmara de Comércio, disse estar desapontado com o fato de o discurso de Rousseau conter muito pouco francês, “e que o CEO da Air Canada não declarou publicamente que sua intenção era aprender francês”.
Raymond Théberge, Comissário de Línguas Oficiais do Canadá, disse que espera que Rousseau se comprometa a fazê-lo. “Como qualquer CEO de uma empresa sujeita à Lei de Línguas Oficiais, Rousseau deve ser capaz de se comunicar nas línguas oficiais”, disse Théberge em entrevista à Radio Canada.
O ministro da Justiça de Quebec, Simon Jolin-Barrette – responsável pelo Projeto de Lei 96, a polêmica e abrangente proposta de revisão da lei francesa da província – foi rápido em compartilhar sua condenação no Twitter. “O chefão da Air Canada expressa tudo o que rejeitamos décadas atrás: desprezo por nosso idioma e cultura em casa em Quebec”, escreveu em francês. “Suas palavras são indignas do papel que ele ocupa.”
A Ministra Federal de Línguas Oficiais Ginette Petitpas Taylor também criticou Rousseau, afirmando no Twitter que, “A Air Canada oferece um serviço importante para os canadenses. Deve fazê-lo em ambas as línguas oficiais – e seus líderes devem ser um exemplo”.
Como se vê, o CEO da Air Canada possui outros desafios além de trabalhar pela sobrevivência de sua empresa.
