O governo de Taiwan apresentou um protesto contra a decisão unilateral da China de deslocar uma rota de voo comercial mais próxima à linha média no Estreito de Taiwan. Esta é a última demonstração das tentativas de Pequim de aumentar a pressão sobre a ilha democrática, após as eleições deste mês.
Segundo reporta a Bloomberg, a Administradora de Aviação Civil da China (CAAC) anunciou na terça-feira que irá remover o que chamou de “medida de compensação” para uma rota de voo que corre paralela e a oeste da linha média que separa Taiwan da China. A nova rota chegará a 4.2 milhas náuticas (7.8 km) da linha média em seu ponto mais próximo.
Essa exigência – que entra em vigor em 1º de fevereiro – basicamente normaliza o voo de aeronaves civis chinesas mais próximas de Taiwan, que Pequim considera como seu território.
Taipei vê essa mudança como parte de um padrão de Pequim de diminuir a importância da linha média, que tem servido como uma linha divisória não oficial entre Taiwan e China desde os anos 1950.
Pequim “mascarou suas intenções políticas e até militares impróprias contra Taiwan com o pacote de rotas de aviação civil”, afirmou o Conselho de Assuntos Continentais da ilha em um comunicado na terça-feira.
Pequim vem desafiando cada vez mais a validade da linha média enviando esquadrões de aviões de guerra para zonas sensíveis, ultrapassando a linha média ou voando bem ao longo de sua borda. Essas ações reduzem o tempo que Taiwan tem para reagir a qualquer ataque e têm afetado seriamente a segurança da aviação regional e a paz e estabilidade do Estreito de Taiwan, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan em um comunicado na quarta-feira.
A China declarou que a última medida foi necessária para aliviar a pressão nas rotas de voo cada vez mais ocupadas, garantir a segurança das companhias aéreas e reduzir os atrasos de viagem. Além da mudança na rota de voo, a China disse que também planeja iniciar duas novas rotas de aviação civil que chegarão perto da linha média.