Com a maior taxa de ocupação já registrada, setor aéreo de passageiros continuou a retomada pós-COVID em julho

Imagem: losak.napior, via Depositphotos

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) publicou hoje, 6 de setembro, os dados de oferta e demanda do transporte aéreo mundial de passageiros de julho de 2023, mostrando que houve continuidade no impulso de recuperação pós-COVID do setor.

O tráfego total (doméstico + internacional) em julho de 2023 (medido em passageiros pagantes vezes quilômetros voados, ou RPKs) aumentou 26,2% em comparação com julho de 2022. Globalmente, o tráfego está agora em 95,6% dos níveis pré-COVID.

O tráfego doméstico de julho aumentou 21,5% em relação a julho de 2022 e ficou 8,3% acima do resultado de julho de 2019. Os RPKs de julho são os mais elevados já registados na indústria aérea, fortemente apoiados pelo aumento da procura no mercado interno da China.

O tráfego internacional aumentou 29,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, com todos os mercados apresentando um crescimento robusto. Os RPKs internacionais atingiram 88,7% dos níveis de julho de 2019.

A taxa de ocupação de passageiros (PLF) do setor atingiu 85,7%, o maior PLF internacional mensal já registrado.

“Os aviões ficaram lotados durante o mês de julho, à medida que as pessoas continuavam a viajar em números cada vez maiores. É importante ressaltar que as vendas antecipadas de passagens indicam que a confiança dos viajantes permanece elevada. E há todos os motivos para estarmos otimistas quanto à recuperação contínua”, disse Willie Walsh, Diretor Geral da IATA.

Mercados Internacionais de Passageiros

As companhias aéreas da Ásia-Pacífico registaram um aumento de 105,8% no tráfego internacional (RPKs) de julho de 2023 em comparação com julho de 2022, continuando a liderar as regiões. Porém, ainda ficou em 73,9% do nível de julho de 2019, a menor recuperação de todas as regiões.

A capacidade (medida em assentos disponibilizados vezes quilômetros voados, ou ASKs) aumentou 96,2% e a taxa de ocupação aumentou 3,9 pontos percentuais, para 84,5%.

O tráfego das transportadoras europeias em julho aumentou 13,8% em relação a julho de 2022. A recuperação em relação a 2019 está agora em 91,7%.

A capacidade aumentou 13,6% e a taxa de ocupação aumentou 0,1 pontos percentuais, para 87,0%.

As companhias aéreas do Oriente Médio registaram um aumento de 22,6% no tráfego de julho em comparação com o ano anterior e estão com 95,8% da demanda internacional de 2019.

A capacidade aumentou 22,1% e a taxa de ocupação subiu 0,3 pontos percentuais, para 82,6%.

As operadoras norte-americanas tiveram um aumento de tráfego de 17,7% em julho de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. A região é a única com demanda internacional superior a 2019, 2,1% acima.

A capacidade aumentou 17,2% e a taxa de ocupação melhorou 0,3 pontos percentuais, para 90,3%, a mais alta entre as regiões pelo segundo mês consecutivo.

O tráfego das companhias aéreas latino-americanas aumentou 25,3% em julho de 2023 em comparação com o mesmo mês de 2022. O nível atingido representa 98,1% do valor de julho de 2019.

A capacidade de julho aumentou 21,2% e a taxa de ocupação aumentou 2,9 pontos percentuais, para 89,1%.

As companhias aéreas africanas registaram um aumento de tráfego de 25,6% em julho de 2023 em relação ao ano anterior, o segundo maior ganho percentual entre as regiões. A recuperação sobre julho de 2019 ficou em 88,3%.

A capacidade de julho aumentou 27,4% e a taxa de ocupação caiu 1,0 ponto percentual, para 73,9%, a mais baixa entre as regiões. Pelo segundo mês consecutivo, África foi a única região a registar um crescimento da capacidade superior à procura de tráfego, resultando na redução de taxa de ocupação.

Mercado Doméstico do Brasil

O Brasil registrou recuperação completa pelo terceiro mês consecutivo, com a demanda doméstica aumentando 4,5% em julho de 2023 em relação aos níveis de julho de 2019. Porém, o valor foi uma piora em relação ao mês anterior, em que o aumento de junho de 2023 foi de 8,8% sobre junho de 2019.

Os dados de retomada do Brasil e dos demais maiores mercados globais de aviação, em junho e julho sobre 2019, podem ser conferidos no gráfico a seguir:

Willie Walsh encerrou dizendo:

“O verão do Hemisfério Norte está correspondendo às expectativas de uma demanda de tráfego muito forte. Embora a indústria estivesse amplamente preparada para acomodar um regresso aos níveis de operações anteriores à pandemia, infelizmente, o mesmo não pode ser dito dos nossos fornecedores de infraestruturas.

O desempenho de alguns dos principais prestadores de serviços de navegação aérea, por exemplo, tem sido profundamente decepcionante por muitas razões, desde a insuficiência de pessoal até ao fracasso do NATS no Reino Unido. Estes devem ser corrigidos imediatamente.

Ainda mais preocupantes, no entanto, são as decisões políticas de alguns governos – entre eles o México e os Países Baixos – de impor cortes de capacidade nos seus principais centros, o que certamente destruirá empregos e prejudicará as economias locais e nacionais.

Os números continuam a dizer-nos que as pessoas querem e precisam de conectividade aérea. É por isso que os governos deveriam trabalhar conosco para que as pessoas possam viajar de forma segura, sustentável e eficiente.”

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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