Uma cena vista através da transmissão ao vivo do canal “Golf Oscar Romeo” no YouTube chamou atenção de muitas das pessoas que acompanhavam o movimento do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).
No começo da tarde da sexta-feira, 22 de setembro, combustível foi visto saindo da asa de um Jumbo Jet cargueiro quando ele taxiava e iniciava a decolagem pela cabeceira 33 do aeroporto campineiro:
Como visto nas cenas acima, a aeronave é o Boeing 747-400F de matrícula LX-JCV, quando partindo de Viracopos pouco antes das 15h00, para o voo CV/CLX-6225 rumo à sua base em Luxemburgo, na Europa.
Embora a imagem tenha chamado atenção, vale ressaltar que não se tratava de um problema de vazamento, mas sim, de uma saída de combustível por um duto.
Isso acontece porque uma rede de tubos de ventilação liga os tanques de combustível do Boeing 747 a pequenos “tanques de pressão” nas pontas das asas, pois estes contam com um sistema que usa a pressão eterna do fluxo de ar durante o voo para gerar pressão nos tanques de combustível.
E embora haja válvulas flutuantes instaladas nas extremidades dos tubos nos tanques de combustível para evitar que o combustível entre nas tubulações e flua para os tanques de pressão, o combustível pode acabar passando pelas válvulas, por exemplo, durante o balanço da aeronave quando taxiando.
Pequenas quantidades de combustível que chegam aos tanques de pressão são drenadas de volta para os tanques internos através de diferentes tubos (com válvulas de retenção), no entanto, se grandes quantidades de combustível entrarem nos tanques de pressão, eventualmente um nível limite será atingido e o excesso de combustível será expelido para fora da asa.
Provavelmente foi o que ocorreu com o Boeing 747 no vídeo, já que ele partia com seus tanques cheios para o longo voo cargueiro até a Europa.
Curiosamente, na noite anterior, como também mostrado pelo AEROIN, este Jumbo Jet teve um problema de vazamento de combustível pela asa direita assim que pousou em Viracopos, ficando por meia hora parado para atendimento dos bombeiros e causando a necessidade de limpeza das taxiways.
Entretanto, é pouco provável que a cena na decolagem tenha relação com o incidente da noite anterior, já que o vazamento após o pouso não ocorreu próximo à ponta da asa (a contaminação das taxiways indica que o vazamento foi em uma região mais interna da asa).
Para assistir novamente ao pouso seguido do problema na noite anterior, clique aqui ou no título disponibilizado logo abaixo.
