Comissários de voo querem compensação da Boeing pela parada dos voos do 737 MAX 9

Divulgação – Alaska Airlines

O sindicato que representa os comissários de bordo das companhias aéreas Alaska e United Airlines está exigindo que a Boeing faça compensações financeiras por perdas salariais relacionadas ao aterramento de três semanas do Boeing 737 MAX 9, na sequência de um acidente ocorrido a bordo de um voo da Alaska Airlines, no dia 5 de janeiro.

Como informa o PYOK, a Alaska Airlines estima que o aterramento do 737-9 (ou MAX 9) tenha custado pelo menos US$ 150 milhões e buscará compensação da fabricante de aeronaves Boeing para cobrir suas perdas. No entanto, acredita-se que essa estimativa não inclua perdas salariais sofridas por comissários de bordo e outros funcionários.

A Associação de Comissários de Bordo (AFA-CWA) escreveu aos CEOs das duas companhias aéreas, pedindo que busquem compensação adicional da Boeing em seu nome.

“O aterramento do 737 MAX 9 causou perdas financeiras significativas para a Alaska Airlines, mas também para os comissários de bordo”, escreveu a presidente do sindicato, Sara Nelson, em carta aberta. “Embora parte do dano econômico seja coberto pelas proteções salariais incluídas em nosso acordo coletivo de trabalho, ainda permanecem perdas devido à redução de oportunidades de voo, menos horas extras, desafios e custos maiores de deslocamento, e outras perdas de renda“, prossegue a carta.

“Esta carta é para informar que acreditamos que o prejuízo econômico aos comissários de bordo deve ser incluído nas discussões de acordo, e esperamos que a empresa busque reparação do dano econômico aos comissários de bordo em qualquer acordo”, escreveu Nelson.

“O dano aos comissários de bordo é tão real quanto qualquer outro dano econômico ao resto da empresa, e somos beneficiários do contrato da Boeing”. Nelson enviou uma versão quase idêntica da carta ao CEO da United, Scott Kirby, na sexta-feira.

Na mesma sexta-feira, a Alaska Airlines confirmou que concluiu as inspeções finais no primeiro grupo de jatos MAX 9. O primeiro voo a ser operado por um 737-9 após o aterramento obrigatório pela FAA foi o voo 1146 da Alaska, de Seattle a San Diego.

Leva cerca de 12 horas para inspecionar cada aeronave, embora possa levar mais tempo para concluir o processo em algumas aeronaves se for necessária uma intervenção corretiva.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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