Como retaliação ao governo holandês, EUA ameaça cortar mais de mil voos da KLM

Boeing 777-200ER da KLM – Imagem: Patrick Cardinal / CC BY 2.0, via Wikimedia

O governo holandês está planejando reduzir drasticamente a capacidade no Aeroporto de Amsterdã-Schiphol, o que poderia ter consequências significativas para a companhia aérea nacional KLM e para a JetBlue, companhia americana que recém começou a operar no local. Com base nisso, os Estados Unidos ameaçam com contramedidas e o conflito pode resultar na perda de mais de 1.000 voos para os Estados Unidos.

Os Países Baixos pretendem diminuir o número de movimentos no maior aeroporto do país, Amsterdã-Schiphol, em 40.000. Em vez dos usuais 500.000 pousos e decolagens, agora estão planejados 460.000, com mais 8.000 previstos para o inverno.

Os Estados Unidos se opuseram a essa medida, alegando que ela viola o Acordo de Céus Abertos entre os dois países. Esse acordo permite que as companhias aéreas de ambas as nações realizem voos ilimitados para o território uma da outra. No entanto, as restrições de capacidade podem colocar em risco mais de 1.000 slots para as companhias aéreas americanas.

Os efeitos já são perceptíveis, já que a Jetblue, por exemplo, não obteve direitos de pouso e decolagem no Aeroporto de Schiphol para o próximo verão. Com isso, a Jetblue instou o Departamento de Transporte dos EUA a tomar contramedidas.

Uma possível consequência poderia ser uma proibição de voos da KLM para Nova Iorque, conforme noticiado pelo AEROIN. Atualmente, as companhias aéreas holandesas só precisam registrar antecipadamente seus horários de voo, mas isso é visto como um obstáculo burocrático.

Existe o risco de que a disputa se intensifique. Segundo o aeroTELEGRAPH, os Países Baixos podem perder a mesma quantidade de direitos de pouso e decolagem para os EUA que as companhias aéreas americanas nos Países Baixos. A possível perda de 1.000 voos seria extremamente prejudicial para a KLM. A companhia aérea está atualmente em intensas negociações com o Ministério dos Transportes para encontrar uma solução para o problema.

O governo holandês foi alertado repetidamente pela KLM sobre as possíveis consequências de uma redução forçada de capacidade em termos de medidas retaliatórias. Um porta-voz enfatizou que isso seria muito prejudicial não apenas para a KLM, mas também para a rede internacional que conecta os Países Baixos ao resto do mundo.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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