Naresh Goyal, fundador da companhia indiana Jet Airways, declarou em tribunal, no dia 6 de janeiro, que preferia morrer a continuar preso. Sua dramática declaração foi feita durante uma audiência para julgamento de pedido de fiança, relatou a imprensa indiana.
Encarcerado há quase quatro meses na cadeia de Arthur Road, Goyal, de 75 anos e com a saúde debilitada, é acusado de estar envolvido em uma fraude que somou INR5,38 bilhões de rúpias (equivalente a US$ 64,7 milhões) contra diversos bancos do país, incluindo Canara Bank, Punjab National Bank e State Bank of India.
Ele também enfrenta acusações sob a Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PMLA) indiana. Segundo informações, Goyal e alguns membros de sua família teriam desviado recursos emprestados para financiar as atividades da Jet Airways.
Relembrando que a companhia aérea encerrou suas operações em abril de 2019, deixando um débito de cerca de US$ 1,2 bilhão, o colapso da segunda maior operadora da Índia, medida pela participação de mercado, ainda gera repercussões para ex-funcionários, credores, fornecedores e para a indústria aeronáutica indiana.
Embora a polícia tenha direcionado as investigações para Goyal e sua esposa, o casal obteve uma série de vitórias jurídicas até meados de 2023. Finalmente, em setembro, a polícia deteve Goyal e teve seu pedido de fiança negado, com os investigadores alegando que o empresário estava sendo evasivo e enganador. Por volta de 20 anos atrás, o empresário estava entre os homens mais ricos da Índia, com uma fortuna estimada em US$ 1,9 bilhão.
Doente e sofrendo com o precário padrão de cuidados de saúde do sistema prisional indiano, Goyal teve seus pedidos anteriores de fiança negados. Contudo, no último fim de semana, o juiz MG Deshpande mostrou-se mais sensível à situação do empresário, marcando a continuação do julgamento do pedido de fiança para o dia 16 de janeiro.