Oferecer um “desconto de mártir” para aqueles que perderam suas vidas em nome de suas crenças, religiosas ou políticas, tornou-se uma polêmica em meio à guerra entre Israel e Hamas. Neste contexto, a Turkish Airlines, companhia aérea estatal turca que tem o maior número de destinos internacionais no mundo, possui um desconto que gerou intensas discussões nas últimas semanas.
Com países islâmicos em conflito com Israel, a empresa aérea alega que o desconto especial é uma forma de recompensar as famílias dos “mártires” que perderam suas vidas na luta por suas crenças. O programa oferece 50% de desconto nas passagens aéreas, sem exigir documentação, para familiares de mártires que aderirem ao programa de passageiro frequente.
No entanto, a promoção não é válida para itinerários que tenham a Turquia como única conexão e é restrita a “mãe, pai, cônjuge e filhos solteiros menores de 25 anos” dos mártires. Além disso, o desconto é aplicável somente para viagens em classe econômica e exclui viagens em codeshare.
O presidente turco Erdogan tem reforçado os valores familiares muçulmanos tradicionais e a companhia aérea apoia essa visão, uma vez que é uma empresa pública e de grande importância para o país. Inclusive, neste ano, permitiu que os pilotos rezassem durante o voo.
Embora Erdogan tenha classificado Israel como “criminoso de guerra” por sua resposta às ações do Hamas que culminaram na morte de civis, a Turkish Airlines não oferece o desconto para as famílias dos terroristas responsáveis por atentados contra Israel.
Na verdade, o objetivo é honrar aqueles que resistiram à tentativa de golpe de Estado contra o líder da Turquia em 2016, chamados de “mártires” pelo governo.
Contudo, mesmo promovendo essa promoção polêmica, a Turquia é vista como problemática em relação aos direitos humanos e como uma democracia questionável. Além disso, apesar de ser um membro da OTAN, não é considerada um aliado estável.
