Dois anos após queda do Boeing 737 na China, novo relatório aponta que nenhuma anomalia foi detectada

Imagem: 中国新闻网 / CC BY 3.0, via Wikimedia Commons

Em função do aniversário de dois anos da queda do Boeing 737 do voo MU5735, da China Eastern Airlines, ocorrida em uma área montanhosa da Região Autônoma de Guangxi Zhuang, que vitimou todas as 132 pessoas a bordo, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) divulgou mais um relatório na última quarta-feira, 20 de março, indicando que nenhuma anomalia foi detectada até agora nas operações de voo e procedimentos relacionados.

Em 21 de março de 2022, o Boeing 737-800 de matrícula B-1791, que voava de Kunming, província de Yunnan, para Guangzhou, província de Guangdong, caiu em uma região montanhosa em Wuzhou, Guangxi, vitimando todos a bordo e encerrando o recorde nacional de segurança de voo de 11 anos sem acidentes fatais na China continental.

Segundo a mídia local, Lin Zhijie, analista da indústria da aviação civil do país, ressaltou que é uma prática comum da indústria da aviação civil internacional divulgar informações sobre o progresso das investigações ao público nos aniversários dos incidentes e acidentes, enquanto não se chega à divulgação do relatório final da investigação.

De acordo com os resultados da investigação, a tripulação de voo (pilotos) e a tripulação de cabine (comissários) possuíam licenças e credenciais válidas e os seus tempos de voo, serviço e descanso cumpriam os regulamentos. Além disso, os exames de saúde pré-voo para a tripulação de voo e de cabine foram concluídos com êxito.

As qualificações e a composição da tripulação foram consideradas em plena conformidade com as normas exigidas, o certificado de aeronavegabilidade do avião foi confirmado como válido e as qualificações do pessoal de manutenção atenderam aos requisitos estipulados.

As inspeções pré-partida não revelaram quaisquer falhas ou anomalias nos sistemas da aeronave, na estrutura da fuselagem ou nos motores.

Além disso, o pessoal responsável pelas operações no aeroporto de partida possuía as qualificações necessárias e os equipamentos e infraestruturas das instalações estavam dentro da normalidade.

Todas as operações e procedimentos desenrolaram-se de acordo com os protocolos estabelecidos.

Concluiu-se ainda que as qualificações do pessoal relevante do controle de tráfego aéreo estavam em conformidade com as normas prescritas e que os equipamentos de comunicação, navegação e vigilância estavam em bom estado de funcionamento.

Nenhuma anormalidade foi observada nas comunicações de rádio ou nas instruções de controle antes do acidente e não houve relatos de condições meteorológicas perigosas no espaço aéreo ou ao longo da rota de voo no momento da ocorrência.

Não foram declarados materiais perigosos na carga ou bagagens e não foram registradas evidências que sugerissem a presença de materiais perigosos não declarados na carga ou bagagens.

A equipe de investigação dará continuidade aos processos necessários e atualizações serão divulgadas à medida que mais informações estiverem disponíveis, segundo o relatório.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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