As propostas para uma participação maioritária na Azores Airlines foram reveladas na segunda-feira em Ponta Delgada, sendo esse mais um passo na privatização do braço internacional do Grupo SATA, holding de aviação do Governo Regional dos Açores.
Segundo o Expresso, jornal português, dois consórcios fizeram ofertas pelo controle acionário da companhia aérea açoriana. O primeiro é o Atlantic Consortium, composto pelas empresas do setor de viagens Vesuvius Wings, Old North Ventures, Consolidador e pelas companhias aéreas EuroAtlantic e White Airways. A segunda é a NewTour/MS Aviation, a primeira uma empresa de viagens portuguesa e a segunda um operador de aviação executiva.
Uma vez que as duas ofertas ofereceram o mesmo preço por ação (6,50 euros), embora com diferentes quantidades de ações pedidas, a SATA Holdings informou que ofertas superiores serão analisadas no prazo de cinco dias úteis, segundo o Jornal de Negócios.
O Expresso noticiou — com informação da agência noticiosa Lusa — que o Consórcio Atlântico fez uma oferta por 750 mil ações por um preço total de 4,87 bilhões de euros. Enquanto isso, o grupo NewTour/MS Aviation ofereceu 4,94 bilhões de euros por 760.000 ações. De acordo com o concurso público lançado em Março, a estrutura acionista da SATA Internacional (Azores Airlines) é composta por um milhão de ações, atualmente todas detidas pela SATA Holding, do governo açoriano.
“Trata-se de um processo transparente, com o devido formalismo”, afirmou à comunicação social Tiago Raiano, representante da NewTour/MS Aviation, segundo o Expresso. “O fato de haver duas propostas é relevante para a SATA, com dois consórcios ligados aos Açores. É importante para os Açores”, disse o representante do Atlantic Consortium, Luís Nunes.
Conforme o Aviacionline informa, a SATA Internacional, que opera a frota principal da SATA sob a marca Azores Airlines, tem registado perdas crônicas, embora continue a ser uma importante linha entre o Arquipélago dos Açores e o continente europeu. A companhia aérea também opera várias rotas transatlânticas.
A companhia aérea registou um prejuízo de cerca de 34,2 milhões de euros em 2022 com uma receita de 208,6 milhões de euros, uma melhoria face ao prejuízo pré-pandemia, quando registou um resultado negativo de 41,4 milhões de euros. Seus ativos em dezembro de 2022 totalizaram 192,2 milhões de euros, enquanto os passivos foram de 563,6 milhões.
Entre os critérios para a escolha do vencedor do concurso público contam-se que os novos acionistas controladores desenvolvam o “hub dos Açores” como “uma plataforma de importância crucial nas ligações dos Açores ao resto do território nacional, Europa e diáspora açoriana, particularmente aqueles que vivem nos [EUA] e no Canadá”.
Além de outras obrigações laborais, técnicas e legais, o concurso obriga ainda o novo controlador a manter quatro linhas nacionais principais entre os Açores (Lajes e Ponta Delgada) e o continente português (Lisboa e Porto).
