EASA pode exigir modificações de segurança nos modelos Boeing 737 MAX 7 e MAX 10

Boeing 737 MAX 10

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), autoridade responsável pela regulamentação da aviação civil na Europa, poderia exigir que a Boeing realize modificações de segurança para o 737 MAX 7 e MAX 10, independente do que o Congresso dos Estados Unidos decidir a respeito dos novos modelos.

Em janeiro de 2021, quando a EASA aprovou a retomada das operações dos Boeing 737 MAX 8 e MAX 9 após quase dois anos no solo, acrescentou uma condição que o regulador norte-americano não havia solicitado. Para aprovar a reintrodução da aeronave, a Boeing concordou em implementar duas melhorias de segurança para o 737 MAX 10, que seriam posteriormente aplicadas aos MAX 8 e MAX 9 já em serviço.

As mudanças consistemm em melhorar o sistema de medição do ângulo de ataque (AOA) e adaptar um interruptor que permitisse à tripulação silenciar um shaker de manche (alerta de estol). A Boeing está atualmente testando ambas as atualizações na variante maior da família, mas isso deve ser uma exigência por parte da EASA para liberar os novos modelos.

Nos EUA

Enquanto isso, nos Estados Unidos, a senadora democrata Maria Elaine Cantwell apresentou um projeto de lei na semana passada que abriria caminho para que ambas as aeronaves (MAX 7 e MAX 10) entrassem em serviço sem essas mudanças, desde que todas as companhias aéreas americanas adotassem duas melhorias como condição para dar ao fabricante tempo adicional para certificar as variantes sem mudanças nos alertas de cabine.

No entanto, outros congressistas pretendem conceder essa exceção à Boeing sem requisitos adicionais. Se essa iniciativa prevalecer sobre a de Cantwell, as companhias aéreas europeias provavelmente terão de obedecer a regras mais rígidas do que as americanas.

O que acontecerá com as variantes

No contexto atual, uma emenda do Congresso seria a única alternativa que permitiria à Boeing certificar as variantes MAX 7 e MAX 10 com os atuais sistemas de alerta. No entanto, ainda não está claro se a proposta apresentada por Cantwell se tornará lei. A prorrogação desperta vozes a favor e contra, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.

De uma forma ou de outra, o que está em jogo nessa decisão é fundamental para a Boeing. Se obtiver uma prorrogação do prazo, poderá finalmente obter a certificação dos 737 MAX restantes. Caso contrário, o fabricante teria que redesenhá-los para atender aos novos requisitos ou até mesmo cancelar ambas as variantes. Apesar das vicissitudes do processo, e apesar do futuro ainda incerto de duas das suas variantes, a Boeing continua a encontrar clientes interessados ​​no 737 MAX.

Cantwell, representante de Washington no Congresso dos Estados Unidos, disse que a emenda não estabelece prazo para a certificação e exige que os retrofits sejam concluídos em dois a três anos. Nesse sentido, esclareceu que “a segurança deve ser o objetivo, e não uma data”.

A proposta vincula a questão da prorrogação do prazo para obter a certificação do MAX 7 e MAX 10 com a possível exigência de adequação das melhorias de segurança do MAX 10. Caso tenha o apoio de legisladores suficientes, ambas as questões podem ser resolvidas juntas. No entanto, também é possível que as mudanças do MAX 10 sejam tratadas separadamente em um futuro próximo se o Congresso aprovar a extensão sem condições.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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