Em comunicado interno vazado, American Airlines sinaliza demissões em massa

Enquanto procura realinhar suas operações e sua rede de acordo com as mudanças na demanda por voos causada pela pandemia do novo coronavírus, a American Airlines sinaliza que planeja fechar várias bases e reduzir outras, por consequência, uma grande redução de pessoas parece se aproximar.

Ontem, a empresa emitiu uma grande atualização sobre sua rede ao mercado, em que diz esperar ter 75% da malha de antes da pandemia operando até o final de 2021.

Além disso, num memorando interno enviado aos comissários de bordo, a vice-presidente sênior de serviços de voo, Jill Surdek, informou que a companhia aérea procura reduzir o tamanho e ajustar sua rede e operações. A carta, vista pelo Paddle Your Own Kanoo noticia que a American Airlines tem entre 7.000 e 8.000 comissários de bordo redundantes (a mais do que o necessário) em sua folha de pagamento.

O memorando

Alguns trechos do documento foram divulgadas pelo PYOK, os quais dizem:

“Não é segredo que a COVID-19 reduziu drasticamente a demanda por viagens aéreas. Hoje cedo, o nosso time de Planejamento de Rede compartilhou projeções sobre nossos voos no outono e no verão de 2021, que ainda estarão bem abaixo de onde estivemos historicamente, principalmente nos voos internacionais”.

“A realidade é que essa pandemia mudou nossos negócios nos próximos anos. Coisas como menos voos internacionais e menos tripulações fazem parte da nossa nova realidade”.

“Embora possa ser assustador ver um excedente tão grande (após falar do número de 7 a 8 mil pessoas), saiba que estamos fazendo todo o possível para mitigar ou potencialmente eliminar a necessidade de reduções involuntárias – enquanto mantemos nossos custos gerenciáveis”.

“A resposta curta para a crise é que ainda não temos uma resposta”.

Lei CARES

Segundo os subsídios do governo americano, concedidos via Lei CARES, a companhia aérea não pode demitir nenhum de seus funcionários até 1º de outubro e é por isso que ela começa a preparar o terreno desde agora. Essa foi uma das condições impostas pelo governo para que a empresa pudesse receber um resgate de US$ 5,8 bilhões. Antes da pandemia ser declarada, a American informou ter cerca de 26.000 comissários de bordo.

Outras medidas vêm sendo tomadas pela linha aérea como programas de demissão voluntária e aposentadoria, no entanto, o número de pessoas excedentes ainda permanece alto.

Assim como a American Airlines, outras companhias aéreas já indicaram que os despedimentos em massa podem ocorrer em 1º de outubro. Por exemplo, os comissários de bordo da United Airlines foram instruídos há meses para colocar suas finanças em ordem, em preparação para o outono.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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