Em uma operação militar de Natal, a maior já realizada pela Austrália e outras nações amigas, o “Papai Noel” entregou presentes aos remotos atóis da Micronésia, nação insular da Oceania, de um C-130J Hercules da Real Força Aérea Australiana (RAAF).
A operação envolveu cinco nações e oito aeronaves de transporte Hercules voando de Guam, um território insular dos EUA na Micronésia, para 57 comunidades no Pacífico Ocidental, lançando 209 caixas enfeitadas.
Dentro de cada caixa havia equipamentos de pesca e navegação, recipientes de comida e arroz, kits de primeiros socorros e coletes salva-vidas, brinquedos, livros, bolas de futebol e lápis de cor.
A RAAF realizou três missões nos Estados Federados da Micronésia, enquanto outras nações realizaram as entregas nas ilhas da República de Palau e Marianas do Norte.
Liderada pelas Forças Aéreas do Pacífico dos Estados Unidos (PACAF), a Operação “Christmas Drop” começou em 1952 e neste ano contou com a participação do Japão, Austrália, Nova Zelândia e República da Coreia.
O Tenente de Voo Thomas Newman, Comandante do Destacamento da RAAF para a Operação “Christmas Drop 22”, disse que eles estavam participando para suas próprias necessidades de treinamento, bem como para trabalhar com outras nações e ajudar as comunidades insulares.
“O Hercules é uma plataforma excelente para esse estilo de operação. Isso nos dá bastante alcance para chegar a essas ilhas remotas de Guam e tem muito espaço de carga para carregar o máximo de caixas que pudermos para entregar”, disse o Tenente de Voo Newman.
A tripulação da RAAF entregou 23 caixas para as comunidades da Micronésia nos Atóis de Woleai, Pingelap, Mokil/Mwoakilloa, Piig Pique e Faraulep. Pingelap, por exemplo, fica a 1.925 quilômetros a sudoeste de Guam, exigindo três horas e meia de voo para a tripulação chegar da Base Aérea de Andersen em Guam.
Equipes australianas se ramificam
O líder Nathan Broome, comandante de operações de voo do 37º esquadrão, disse que o lançamento aéreo foi exclusivo para as tripulações australianas.
“Isso é bastante incomum em comparação com as atividades tradicionais que realizamos, já que as zonas de lançamento nas quais estamos operando não são controladas nem inspecionadas”, disse o líder do esquadrão Broome. “Para a tripulação, isso significa que precisamos fornecer um nível adicional de avaliação para garantir que possamos lançar as cargas com segurança.”
As tripulações dos Hercules passaram um dia planejando cada missão antes de voar para as ilhas e ver a zona de lançamento pela primeira vez. Após inspecionar o local pelo ar, a tripulação voou baixo e, em seguida, a 90 metros acima da água. As zonas de queda nas ilhas são lagoas, águas rasas e pequenas clareiras.
“Geralmente tínhamos comunicações de rádio com eles para avisá-los de que estávamos chegando para que pudessem limpar a área”, disse o líder do esquadrão Broome.
Os pilotos fizeram uma contagem regressiva para a queda antes de chamar “sinal verde”, momento em que os loadmasters cortaram uma cinta de contenção e empurraram as caixas para fora da rampa. Quando as caixas de pacotes caíram do Hercules, um pára-quedas foi aberto automaticamente enquanto um pequeno barco corria para recolher a carga enquanto ela descia.
“A carga era de aproximadamente 200 quilos, então eles estavam tentando arrastá-la para seu pequeno barco, o que obviamente é um desafio”, disse o líder do esquadrão Broome.
Cada lançamento levou alguns minutos, mas planejar cada lançamento da Operação Natal é uma tarefa hercúlea para os organizadores da PACAF. A tenente-coronel Kira Coffey, oficial comandante do 36º Esquadrão de Levantamento Aéreo da PACAF, na Base Aérea de Yokota, no Japão, disse: “Geralmente é um esforço de um ano para começar a colocar todas as peças em movimento e no lugar certo. Ao final desta operação, começaremos com as conferências e reuniões de planejamento inicial para começar a definir o tom para o próximo ano.”
“É fenomenal que tenhamos continuado esta tradição por 71 anos, e que o 36º Esquadrão tenha sido central para ela durante a maior parte desse tempo”, disse a tenente-coronel Coffey. “Ao ver para quem estamos entregando e ser capaz de acenar para eles e eles acenarem de volta, essas conexões são algo que me preenche. Acho que ano após ano o que fazemos nesta parte do mundo é um sucesso retumbante.”
Informações da Real Força Aérea Australiana
Leia mais:
