Em reunião específica com a mídia brasileira na FIDAE, Boeing falou do uso do jato P-8A Poseidon pelo Brasil

Avião Caçador Submarino US Navy Boeing 737NG P-8A Poseidon
P-8A Poseidon – Imagem: Darren Koch / GFDL 1.2, via Wikimedia Commons

Entre as atividades da 23ª edição da Feria Internacional del Aire y del Espacio – FIDAE 2024, que aconteceu na última semana em Santiago, no Chile, a Boeing aproveitou para ressaltar o possível uso da aeronave P-8A Poseidon pelo Brasil. Para isso, promoveu uma reunião para a qual foram convidados apenas e exclusivamente alguns veículos de mídia brasileiros, incluindo o AEROIN.

Tim Flood, diretor regional sênior de desenvolvimento de negócios internacionais da Boeing para a Europa e as Américas, falou das qualidades do avião de patrulha marítima, que foi desenvolvido a partir da plataforma Boeing 737-800, e de seu potencial e suas vantagens como substituto dos P3-AM Orion da Força Aérea Brasileira (FAB), que têm previsão de continuar em operação no país até por volta de 2030.

Tim Flood (esq.) e Landon Loomis, presidente da Boeing para a América Latina e o Caribe, durante a conversa com a mídia brasileira na FIDAE 2024

A ação promovida pela fabricante norte-americana na FIDAE vem na sequência das recentes conversas entre a FAB e a Boeing para a avaliação do jato militar, uma vez que em 22 de setembro de 2022, em Brasília (DF), o então Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, recebeu representantes da empresa em seu gabinete para este fim.

O P-8 executa Guerra Anti-Submarina (ASW) através de um conjunto de sensores integrado para realizar busca, detecção, classificação, localização, rastreamento e ataque de submarinos. A aeronave utiliza um conjunto de sensores acústicos de última geração, sonobóias, Medidas de Suporte Eletrônico (ESM), Radar de Abertura Sintética Inversa (ISAR) e lançamento de torpedos para caça submarina.

O jato também executa Guerra Anti-Superfície (ASuW) através sistemas de comunicações e de link de dados. Este conjunto integrado de sensores realiza busca, detecção, classificação, localização, rastreamento e ataque de alvos navais de superfície, utilizando ESM e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR), e também lançamento de mísseis Harpoon.

O ISR marítimo é realizado através de um conjunto comprovado de sensores de radar com ISAR, Radar de Abertura Sintética (SAR), periscópio, busca e navegação. Esses sistemas são otimizados para patrulha marítima pronta para combate na detecção, localização e rastreamento de alvos superficiais e submarinos.

Além da atuação marítima, o P-8 tem a capacidade de conduzir efetivamente ISR terrestre e controle de espaço de batalha (C2) de forças terrestres usando seu sistema de missão avançado, link de dados e conjunto de sensores eletro-ópticos/infravermelhos.

Este avião possui também um conjunto completo de comunicações de radiofrequência via Link 11 e 16 para apoiar a coordenação das operações. Isto inclui comunicações de banda larga por satélite com estações terrestres que permitem a interoperabilidade com aliados e nações parceiras.

No âmbito das missões de Busca e Resgate, com seus sensores avançados e longo tempo de voo, aprimorado ainda mais pela capacidade de ser reabastecido em voo, o P-8 pode fazer buscas e entregar suprimentos de resgate em grandes áreas oceânicas e terrestres rapidamente em altas e baixas altitudes. Isto inclui o transporte e liberação do kit de sobrevivência de busca e resgate UNI-PAC.

O P-8 é uma aeronave multimissão implantada em todo o mundo, protegendo mares e assegurando fronteiras, com mais de 160 aeronaves em serviço e mais de 560.000 horas de voo.

A Marinha dos Estados Unidos, a Força Aérea Real Australiana, a Força Aérea Real do Reino Unido, a Força Aérea Real da Noruega e a Força Aérea Real da Nova Zelândia voam atualmente a variante P-8A Poseidon. A Marinha Indiana voa a variante P-8I. A Marinha da República da Coreia, a Marinha Alemã e a Força Aérea Real Canadense também selecionaram o P-8A como sua futura aeronave de patrulha marítima.

O P-8 combina o sistema de armas mais avançado do mundo com as vantagens de custo do avião comercial mais popular do planeta, pois compartilha 86% de pontos em comum com o Boeing 737NG comercial, proporcionando enormes economias de escala na cadeia de suprimentos, tanto na produção quanto no suporte.

Especificamente no que diz respeito ao uso da aeronave pelo Brasil, Flood destacou as oportunidades de colaboração com a indústria nacional, bem como os impactos econômicos da aquisição. Neste aspecto, citou como exemplo o Canadá, que teve cerca de US$ 4 bilhões em benefícios pela compra do P-8A, tudo apenas pelos impactos comerciais da aquisição, mesmo sem acordo de desenvolvimento da aeronave naquele país.

Vale acrescentar que, ainda no âmbito da FIDAE 2024, entre as entrevistas dados pelo executivo da Boeing às diversas mídias, ele ainda destacou que o Brasil precisa se apressar em sua decisão de escolher ou não o P-8, pois hoje o avião ainda é fabricado, mas sua linha de produção não será mantida para sempre. “Gostaríamos de ver algumas indicações no próximo ano ou no seguinte, se houver um forte interesse”, disse Flood.

Uma das telas da apresentação de Flood à mídia brasileira

Landon Loomis, presidente da Boeing para a América Latina e o Caribe, acompanhou Flood na apresentação à mídia brasileira e, além de terem falado da aeronave, eles também colheram a opinião da mídia especializada nacional sobre o equipamento e seu potencial de aquisição pelo Brasil.

O AEROIN esteve presente em mais esta edição da FIDAE. Para conferir todas as notícias sobre o evento, clique aqui.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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