Em episódio controverso, mãe solteira foi denunciada por empresa aérea de traficar seu próprio filho

Imagem: Kentaro Iemoto / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Em um episódio controverso, uma mãe solteira que viajava com seu filho de quatro anos alega que foi recentemente denunciada pela companhia aérea Southwest Airlines por suspeita de tráfico de seres humanos. A mulher faz viagens frequentes para Cincinnati para que o menino possa visitar o pai. Na verdade, ela tem um Companion Pass (passe de companheiro) e o menino está registrado como seu companheiro de viagem gratuito.

Entretanto, ao desembarcar em Cincinnati durante esta viagem, ela foi abordada e questionada pela polícia enquanto tentava alugar um carro no aeroporto. “Estava prestes a entregar meu cartão de crédito, e então eles chegaram e disseram: ‘Com licença, senhora, temos motivos para acreditar que essa criança não é sua e que você está traficando seres humanos'”, relatou a mãe. “Eu olhei em volta e fiquei como, desculpe, eu? E eles disseram: sim, você. Temos razões para acreditar que essa não é sua criança, houve atividade suspeita e o piloto da Southwest Airlines denunciou.

Segundo a mídia americana, os oficiais solicitaram a certidão de nascimento do menino ou outra identificação. Muitos pais não viajam com isso. Ela e o filho têm sobrenomes diferentes – o dele é o mesmo do pai. Ela conseguiu encontrar um cartão de museu com o nome do pai dele, mostrando que correspondia ao nome que ela havia listado para o filho. A polícia a liberou.

Profissionais que trabalham no setor aéreo e hotéis são treinados para usar seus preconceitos para identificar e denunciar casos de tráfico humano, e muitas vezes isso tem consequências negativas. Os comissários de bordo são instruídos a ficar alertas, o que coloca esses profissionais em uma posição delicada. Imaginem não relatarem uma situação quando poderiam ter evitado algo grave? Isso os perseguiria. Portanto, é preferível denunciar ou sinalizar pessoas inocentes para que a lei possa julgá-las.

A Southwest Airlines não comentou sobre o incidente em específico, mas disse em um comunicado que os funcionários da companhia não estavam envolvidos na situação. “Estas são acusações sérias, e agradecemos a paciência da cliente para nos permitir investigar essas alegações. Nossa equipe de atendimento ao cliente entrará em contato com a cliente para discutir mais a investigação.”

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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