Embaixador brasileiro apoia a volta da venda de jatos Embraer para a sancionada Belarus

O Embaixador do Brasil em Minsk diz ser favorável a volta das vendas de aviões brasileiros da Embraer para a Bielorússia.

Divulgação – Embraer

A fabricante brasileira Embraer está atualmente impossibilitada de vender jatos para Belarus devido à sanções ligadas à invasão da Rússia na Ucrânia, que é apoiada pelo ditador bielorrusso Aleksandr Lukashenko, o qual, inclusive, permitiu que tropas russas passassem pelo país à caminho de Kiev, entrando pelo norte ucraniano.

No entanto, o país já vinha sofrendo retaliações, sobretudo da Europa, desde antes, quando em maio de 2021 um jato da Ryanair recebeu uma falsa ameaça de bomba enquanto sobrevoava a Bielorússia e foi escoltado por um caça até o pouso em Minsk, a capital do país, onde um opositor, que estava a bordo, foi preso.

À época, os próprios pilotos da Ryanair estranharam o fato do controle de voo escolher o aeroporto de desvio, algo que fica a cargo da tripulação e da companhia aérea. Sem contar que o avião estava mais próximo do seu destino final na Lituânia do que de Minsk.

Desde então os países europeus se viraram contra a Bielorússia, impedindo voos para o país e também de qualquer empresa do setor fazer negócios por lá. Como resultado, os novos aviões Embraer E195-E2 da Belavia Airlines, a empresa de bandeira de Belarus, acabaram sendo devolvidos ao dono, uma empresa de leasing da Irlanda.

Pelo fato da Embraer ser uma empresa com escritórios em vários países do ocidente e listada na bolsa de Nova York, ela ficou impedida de entregar novos aviões e vender peças para a Belavia, mas o Embaixador do Brasil em Minsk, Bernard George Leopold de Garcia Klingl, diz que está batalhando para reverter a situação e que gostaria de ver jatos brasileiros entregues para Belarus.

“A Embraer é uma empresa com capital privado, com séria pressão dos países que colocam sanções sobre ela. Mais de 60% das peças utilizadas pela companhia são produzidas em outros países, incluindo os EUA, e algumas delas são sujeitas à sanções, então é difícil saber o que vai acontecer no futuro”, disse o diplomata ao jornal TVR.

Ele completou dizendo que “nós gostaríamos muito de ficar no mercado bielorrusso e até aumentar a nossa presença. Nós estamos fazendo os melhores esforços para passar sobre essa dificuldades e estamos falando sério, estamos dando o nosso melhor. No momento, eu vejo muitas dificuldades que nos impedem de restaurar por completo esta cooperação no curto prazo. Mas isso nos encoraja mais para olhar para uma solução neste caso”.

Hoje a Belavia ainda tem na sua frota 5 jatos Embraer, sendo 1 do modelo menor E175-E1 e 4 do maior E195-E1.

Mesmo que a invasão da Ucrânia chegue ao fim, não existe previsão de que o ocidente retire as sanções contra Belarus na aviação.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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