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Emirates nega que seu Boeing 777 esteve perto de colidir em voo com um 737 MAX

A companhia aérea Emirates foi forçada a negar relatos de que um de seus aviões Boeing 777-300, com capacidade para 360 passageiros, teria estado envolvido em um quase acidente aéreo no céu da África.

A suposta ocorrência surgiu a partir de um relato na rede social X (antigo Twitter), supostamente administrado pela Autoridade de Aviação Civil e Aeroportos do pequeno estado separatista do leste africano, Somalilândia.

O relatório, que rapidamente ganhou as manchetes, afirma que o voo EK-722 da Emirates, que ia de Nairobi, no Quênia, para Dubai, quase colidiu com um Boeing 737 MAX 8 operado pela Ethiopian Airlines, que voava de Addis Ababa para Bengaluru sob o número de voo ET690.

De acordo com a Autoridade de Aviação Civil e Aeroportos de Somalilândia, os controladores de tráfego aéreo de Mogadíscio teriam, acidentalmente, colocado as duas aeronaves na mesma altitude, com risco de colisão.

A autoridade alega que o acidente aéreo foi evitado apenas porque seus controladores de tráfego aéreo conseguiram fazer com que o piloto do 737 da Ethiopian Airlines subisse rapidamente para 39 mil pés, momentos antes das trajetórias das duas aeronaves se cruzarem.

Por outro lado, a Emirates, sediada em Dubai, negou veementemente o relato, afirmando em um comunicado: “A Emirates pode confirmar que não houve nenhum caso de proximidade de aeronaves, comprometendo a segurança do avião, no espaço aéreo e durante a data e hora em questão. Todas as aeronaves da Emirates estão equipadas com capacidades para manter uma distância segura durante as operações.”

A autoridade de aviação de Somalilândia usou o suposto incidente para criticar a habilidade dos controladores de tráfego aéreo da Somália.

A Somalilândia, que declarou-se estado independente em 1991, se separando da Somália, é alvo de disputa de soberania. Nenhum outro país reconhece formalmente a Somalilândia como independente, e apenas Taiwan se referiu a Somalilândia como país.

Disputa pelo espaço aéreo

A Somalilândia e a Somália estão em disputa sobre quem tem o controle do espaço aéreo. Em 2019, a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) concedeu o controle do espaço aéreo da Somália ao governo somali em Mogadíscio, afirmando:

“Como você deve estar acompanhando, a administração do espaço aéreo da Somália foi transferida do projeto ICAO-FISS-SOM14802 para a Autoridade de Aviação Civil da Somália (SCAA) do Governo Federal da Somália a partir de 1º de agosto de 2019. Desde então, a SCAA tem sido responsável pela prestação de serviços de navegação aérea em todo o espaço aéreo da Somália, incluindo o Serviço/Gestão de Informação Aeronáutica.”

Porém, a Somalilândia, oficialmente República da Somalilândia, é um estado não reconhecido internacionalmente e considerado parte da Somália.

Houve relatos recentes de “transmissões inválidas” em frequências de controle de tráfego aéreo (ATC) sobre o norte da Somália (Somalilândia), onde vozes “hostis”, em vez dos controladores de tráfego aéreo, tentavam fornecer instruções às aeronaves.

Esse conflito entre Somalilândia e Somália põe em perigo o tráfego aéreo internacional sobre a Somália, particularmente sobre a Somalilândia e o Golfo de Aden. A contenda aponta para uma necessidade urgente de resoluções diplomáticas para garantir a segurança do tráfego aéreo na região.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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