Empresas querem fim dos testes obrigatórios antes de voos nos EUA

Imagem: dronepicr / CC BY 2.0, via Wikimedia

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, em inglês), entidade que representa cerca de 290 companhias aéreas em todo mundo, defendeu ontem, em carta ao governo dos Estados Unidos, o fim da obrigatoriedade de apresentação de testes negativos para COVID-19 antes de voos para o país. A iniciativa, que valeria apenas para passageiros completamente vacinados, teve o apoio de diversas organizações empresariais do setor de viagens e turismo norte-americano.

De acordo com o documento, a disseminação da COVID-19 em todos os 50 estados dos EUA, o aumento expressivo das taxas de vacinação no mundo e novos estudos apontam para a segurança da remoção do requisito de teste para viajantes totalmente vacinados. Para as empresas, passageiros totalmente imunizados contra a doença não representam riscos adicionais à população.

Para Willie Walsh, diretor geral da IATA, a experiência com a variante Omicron mostrou que as restrições de viagem têm pouco ou nenhum impacto em termos de prevenção na propagação do doença. “Como a Omicron já está amplamente presente nos EUA, os viajantes totalmente vacinados não trazem riscos extras para a população local. Os viajantes internacionais não devem enfrentar requisitos de triagem adicionais do que os aplicados às viagens domésticas. De fato, nesta fase da pandemia, as viagens devem ser gerenciadas da mesma forma que o acesso a shoppings, restaurantes ou escritórios”, disse.

Alto grau de imunização populacional

Mais de 74,3 milhões de pessoas – ou seja, pelo menos 22% da população dos EUA – tiveram COVID-19.  A taxa de vacinação da população adulta do país é superior a 74%. Para as companhias aéreas que desejam ampliar o total de passageiros transportados, esses números mostram que o país tem um alto grau de imunidade populacional.

As organizações também observaram que a União Europeia (EU) recomendou que os estados membros removam as restrições de viagem do COVID-19 para viagens dentro do grupo. Já o Reino Unido anunciou a retirada da exigência do teste antes da partida do COVID-19 para viajantes aéreos vacinados entrarem no país. O Reino Unido concluiu que o custo para passageiros e companhias aéreas do mandato de testes não poderia mais ser justificado, pois não havia evidências de que o regime protegesse a população do COVID-19.

No documento, a  IATA informa que pesquisas recentes da Oxera e Edge Health na Itália, Finlândia e Reino Unido apoiam a conclusão de que as medidas de viagem fazem pouco para controlar a propagação do COVID-19 quando já está amplamente presente na população local. Os estudos descobriram que, se implementadas em um estágio muito inicial, as restrições de viagem podem, na melhor das hipóteses, atrasar o pico de uma nova onda em alguns dias e reduzir marginalmente o número de casos. 

Além disso, a mais recente pesquisa de viajantes aéreos da IATA mostrou que 62% dos entrevistados apoiam a remoção de um requisito de teste para aqueles que estão totalmente vacinados.

“Remover o requisito de teste antes da partida para viajantes totalmente vacinados ajudará muito a recuperação de viagens e a aviação nos EUA e no mundo em geral sem aumentar a disseminação do COVID-19. Não adianta fechar a porta do celeiro depois que o cavalo fugiu”, disse Walsh.

Informações da IATA

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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