As entregas de aeronaves Boeing para a China estão atualmente pausadas, aguardando uma revisão das baterias que alimentam seus gravadores de voz de cockpit (CVR), também chamados de caixas-pretas. A informação foi divulgada pela Reuters, citando fontes internas.
A revisão está relacionada à instalação de novos CVR capazes de armazenar 25 horas de dados, acima das duas horas obrigatórias anteriormente. O Congresso dos EUA determinou a mudança em um projeto de lei que entrou em vigor em 16 de maio de 2024. A lei exige que todos os fabricantes de aeronaves, após um ano da promulgação da lei, devem estar equipados com os novos CVR de maior duração de gravação.
Todas as aeronaves com versões anteriores dos gravadores terão que ser modificadas dentro de seis anos. A lei dos EUA segue a da Agência da União Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), que já tem um mínimo de 25 horas em vigor desde 1º de janeiro de 2021.
“Deferimos para a FAA e a Administração da Aviação Civil da China (CAAC) sobre essa discussão regulatória”, afirmou a Boeing, ao confirmar o atraso. A fabricante enfatizou que o CVR de 25 horas já foi aprovado pela FAA e aceito pela EASA. Não há evidências de novos problemas de qualidade causando o atraso.
O National Transportation Safety Board (NTSB) dos EUA vem pleiteando capacidades de armazenamento de CVR estendidas há anos, uma vez que o limite anterior de duas horas atrapalhou diversas investigações de acidentes e incidentes.
Mais recentemente, o NTSB afirmou que faltavam os dados necessários do CVR para analisar o incidente de 5 de janeiro deste ano, envolvendo a Alaska Airlines, quando um plugue de porta da cabine explodiu de um Boeing 737 MAX 9 em pleno voo.
