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Equipamentos de navegação aérea da FAB funcionam com energia solar; DECEA explica inovação

Imagem: DECEA

Inovando de maneira pioneira no Brasil, a Força Aérea Brasileira (FAB) embarcou em um projeto de geração de energia sustentável. O uso de painéis fotovoltaicos, que convertem a luz do sol em energia elétrica, se tornou a melhor alternativa para Surucucu (RR), onde há uma Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA).

Devido às características do local, o primeiro desafio foi o de vencer as distâncias continentais e o isolamento extremo para a instalação de equipamentos de navegação aérea que precisam funcionar em tempo integral.

A iniciativa implementada em 2011 garante a operacionalidade dos equipamentos de navegação aérea com menor custo operacional, esforço logístico e impacto ambiental. Foram instaladas 144 placas fotovoltaicas, um banco de 48 baterias e três inversores de frequência DC/AC que alimentam a carga da estação com vida útil estimada em 20 anos

A função da estação de Surucucu é a de manter as comunicações entre o Centro de Controle de Área, localizado em Manaus, e as aeronaves que cruzam as aerovias da região de Surucucu. “Voos com destinos na América do Sul, Central e do Norte utilizam os sistemas de comunicação VHF, UHF e satelital (TELESAT) instalados naquela localidade”, explica o chefe da Subdivisão de Engenharia Especializada do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), o engenheiro Boris Brandão.

Os resultados têm sido expressivos. A iniciativa reduziu em 65% o consumo de diesel e em 82% o custo energético para geração de energia na estação de Surucucu, na fronteira com a Venezuela.

Imagem: DECEA

Outro exemplo de usina solar está em Tiriós, localizado no estado do Pará, na fronteira com o Suriname. Em atividade desde 2015, a estação híbrida instalada no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tiriós (DTCEA-TS) integra painéis fotovoltaicos a grupos geradores a diesel.

Eles produzem até 268 Kilowatts de potência e são capazes de abastecer, de forma autônoma, o DTCEA-TS por até dez horas diárias. O sistema de absorção de energia solar é composto por 1.072 placas fotovoltaicas e cinco bancos de 24 baterias estacionárias ventiladas, que alimentam a carga da estação com vida útil estimada em 20 anos. Desde o seu funcionamento, o projeto possibilitou a economia de 45% nos custos de geração de energia para a manutenção da unidade.

As usinas de energia fotovoltáicas de Tiriós e Surucucu são off-grid, não estão ligadas a nenhuma concessionária de energia comercial, sendo autônomas. “Durante os anos de utilização dessas usinas, ao comparar com a energia gerada por motores a diesel, foi possível perceber melhor qualidade da energia elétrica, com menor incidência de inoperâncias, contribuindo para a alta disponibilidade dos sistemas de navegação aérea instalados na Amazônia”, relata o chefe da Divisão Técnica do CINDACTA IV, Tenente-Coronel Aviador Fernando Rocha Rodrigues.

Com o objetivo de encurtar as distâncias e economizar os custos, foram instalados equipamentos de monitoramento remoto que permitem supervisão e comando a distância e em tempo real, para que técnicos do CINDACTA IV realizem procedimentos de manutenções preventiva e corretiva sem a necessidade de estarem presencialmente nas estações de Surucucu e Tiriós.

Usina Solar abastece Destacamento em Noronha

Em 2014, foi instalada a primeira usina solar na área do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fernando de Noronha (DTCEA-FN), unidade subordinada ao Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III).

A usina está localizada em uma área de 4,467m², próxima ao aeroporto, sendo composta por 1.644 módulos solares de 245 quilowatt-picos. Em pleno funcionamento, tem capacidade de gerar em torno de 50 mil quilowatts-hora por mês.

A estação funciona na modalidade on-grid, trabalhando simultaneamente com a rede da Neoenergia Pernambuco, concessionária responsável pelo abastecimento na região. “A energia gerada é consumida pelo destacamento e o excedente é injetado na rede, fornecendo créditos para utilização futura dentro do período de cinco anos”, ressalta a chefe da Subdivisão de Eletromecânica do CINDACTA III, Major Engenheira Andreza de Albuquerque Gomes de Santana.

É estimada geração de 600 MWh/ano, o que corresponde a aproximadamente 80% da energia consumida pelo DTCEA-FN. A produção auxilia na redução do consumo de óleo diesel da Usina Tubarão do Grupo Neoenergia, que atualmente alimenta mais de 80% da ilha com seus geradores a diesel.

Isso representa uma economia anual estimada em cerca de 400 mil reais. Além do benefício financeiro para o Comando da Aeronáutica, ainda há uma redução no consumo de óleo diesel da Usina Tubarão do Grupo Neoenergia, evitando a liberação de diversos gases poluentes durante o processo de queima do óleo”, esclarece a Major Andreza.

Informações do DECEA

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