A escassez de grandes cargueiros está prestes a se tornar uma realidade para as companhias aéreas de carga, de acordo com o diretor comercial da Atlas Air, Michael Steen. Como reporta a Aviation Week, ele alertou em uma conferência recente em San Diego que cerca de 120 cargueiros de fuselagem larga estão prestes a se aposentar e que as conversões de aeronaves de passageiros para cargueiros não serão suficientes para suprir essa demanda.
Steen destacou que, depois da pandemia, a indústria de carga sofreu uma mudança estrutural permanente, resultando em 61% de toda a carga aérea transportada em cargueiros puros, em contraste com cerca de 50% de carga de porão levada em aeronaves de passageiros antes da pandemia.
Ele também disse que a capacidade do porão está subutilizada porque as aeronaves de passageiros estão sendo implantadas em mercados com menor demanda por frete.
Outro desafio à frente é o acordo de emissões da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), que entrará em vigor em 2027 e levará ao fim da produção de novos Boeing 777F e 767F, que são mais antigos e não-conformes com a regra acordada.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou estatísticas em fevereiro, mostrando que a demanda de carga aérea para o ano de 2022 recuou significativamente em relação aos níveis de 2021, mas ficou próxima do desempenho de 2019. A IATA culpou as incertezas políticas e econômicas pelo declínio, mas também citou os níveis extraordinários em 2021.
A Associação prevê um novo declínio nos volumes de carga em 2023. No entanto, de acordo com Willie Walsh, diretor-geral da IATA, os rendimentos médios e a receita total para 2023 devem permanecer bem acima do que eram antes da pandemia, apesar de um ambiente comercial desafiador.
