Estudantes fazem análise sobre segurança do EMAS no Aeroporto de Congonhas

O estudo de Engenharia Civil que avaliou se a implantação do EMAS (Engineered Material Arresting System) contribuiu para diminuir acidentes no Aeroporto de Congonhas foi o grande vencedor do prêmio INOVAFEI da FEI (Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros). O prêmio é realizado semestralmente para premiar os trabalhos de conclusão de curso mais inovadores da instituição.

“Nosso levantamento mostrou que, antes da implantação, os pousos e decolagens que aconteciam em Congonhas tinham o índice de probabilidade de 1 acidente a cada 4 anos. Com o EMAS, isso mudou para 1 acidente a cada 12 anos”, explica o professor Felipe Hernandes Cava, professor da FEI e orientador do trabalho.

Segundo ele, é preciso considerar vários aspectos e variáveis, mas o sistema traz muito mais segurança para o usuário que vai utilizar o aeroporto de Congonhas. “Ainda há o diferencial de que o material utilizado é sustentável por ser resultado de reciclagem de vidros. É como se fossem pedras de vidro que quebram quando a aeronave entra no sistema”, detalha.

Inovação

Para chegar ao resultado do projeto “Implantação do EMAS no Aeroporto de Congonhas: uma abordagem de risco aeronáutico”, os seis alunos da Engenharia Civil usaram o software R Sara para fazer análises quantitativas. “Na Engenharia Civil temos a parte de análise qualitativa, mas não temos a parte de análise quantitativa do risco, e foi isso que abordamos em nosso trabalho”, explica Luiz Eduardo Pereira de Souza, um dos estudantes integrantes do grupo. 

“Eu realmente não esperava, mas este prêmio é muito importante tanto para nossa carreira profissional quanto educacional, porque nos empenhamos muito”, destaca Luiz. Além dele, também fazem parte do grupo vencedor os alunos Adenis Rocha Sousa, Bianca Tyemi Oshiro, Leonardo Granado Rodrigues, Matheus Berbet Sanches e Pedro Gonçalves Carletti.

EMAS – O sistema EMAS começou a ser implantado no Aeroporto de Congonhas em 2021 e terminou em 2022. A obra foi feita por meio do Ministério da Infraestrutura e da Infraero e consiste na instalação de blocos de material especial que se deformam quando uma aeronave ultrapassa o limite da pista, fazendo o avião desacelerar. A tecnologia é comum em aeroportos dos Estados Unidos e da Europa, mas é a primeira vez que é utilizada na América Latina.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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