A European Air Charter retirou seu último avião McDonnell Douglas MD-82 da frota, marcando o fim de uma era tanto para a companhia aérea quanto para o Velho Continente. Em 21 de outubro, a empresa aérea búlgara concluiu o processo de renovação de sua frota, aposentando assim o último “MadDog”, como informa o portal parceiro Aviacionline.
Aos poucos, as lendas da aviação comercial moderna estão se aproximando do final de sua vida útil, e chegou a vez de um avião revolucionário que, durante seus anos dourados, conseguiu dominar grande parte do mercado aerocomercial. O MD-82 é uma das primeiras variantes do histórico MD-80.
O McDonnell Douglas MD-80 se destaca como um avião icônico intimamente relacionado ao sucesso de seu antecessor, o Douglas DC-9. Esse avião de passageiros de curto e médio alcance, fabricado pela empresa norte-americana McDonnell Douglas, fez seu primeiro voo em 1980 e rapidamente se tornou um pilar da indústria aeroespacial.
O MD-80, uma versão aprimorada do DC-9, destacou-se por sua eficiência e capacidade. Seu design aerodinâmico e seus modernos motores Pratt & Whitney JT8D-200 lhe conferiram um desempenho excepcional. Com capacidade para transportar entre 130 e 172 passageiros, era a escolha preferida para voos regionais e domésticos de curta duração.
Um dos destaques do MD-80 foi sua cabine de voo, que incorporava tecnologia de ponta. Os pilotos desfrutavam de uma instrumentação modernizada que melhorava a segurança e a eficiência. Além disso, seu sistema de controle automático de voo (piloto automático) permitia voos suaves e precisos.
O MD-80 conquistou a confiança de companhias aéreas renomadas em todo o mundo, incluindo American Airlines, Delta Air Lines e Alitalia, que operavam grandes frotas dessas aeronaves. Sua versatilidade e economia o tornaram uma opção atraente para operadores em busca de rentabilidade.
Ao longo de sua vida útil, o MD-80 passou por várias melhorias, incluindo a série MD-90, que incorporou motores mais eficientes e uma cabine modernizada. No entanto, com a evolução da indústria da aviação, especialmente em termos de eficiência e redução de emissões, o MD-80 eventualmente perdeu espaço na aviação comercial, ainda mais depois que a Boeing adquiriu seu ex-concorrente, a McDonnell Douglas.
Variantes personalizadas para os clientes
MD-81: A versão original, com capacidade para cerca de 130 passageiros e motores JT8D-209. Foi o primeiro a voar em 1980.
MD-82: Uma versão aprimorada com maior alcance e capacidade. Equipado com motores JT8D-217, podia transportar cerca de 172 passageiros.
MD-83: Com capacidade semelhante à do MD-82, esta variante se destacou por melhorias na eficiência e no desempenho. Também utilizava motores JT8D-219.
MD-87: Uma versão mais curta e leve do MD-80, projetada para voos de menor alcance. Tinha capacidade para cerca de 130 passageiros e motores JT8D-217 ou JT8D-219.
MD-88: Semelhante ao MD-82, o MD-88 contava com uma variedade de melhorias e atualizações, incluindo uma cabine mais moderna e maior eficiência no consumo de combustível.
MD-90: A última variante da família MD-80, o MD-90 incorporou motores V2500 para melhorar a eficiência e o desempenho. Podia transportar cerca de 150 a 172 passageiros.
O último na Europa
O MD-82 com registro LZ-LDP marca o fim da era do MD-80 na Europa. Com 33 anos de idade, a aeronave foi construída nas instalações da McDonnell Douglas em Long Beach, no sul da Califórnia.
O avião foi entregue em 27 de setembro de 1990 à ATI (Aero Transporti Italiani) e depois passou para as mãos da Alitalia, onde esteve em serviço de 1994 a 2002, quando finalmente foi adquirido pela European Air Charter.
A European Air Charter se tornou a última operadora do MD-80 na Europa. No entanto, ainda há uma aeronave desta família em atividade, embora não voando, na Ucrânia.
Trata-se de outro MD-82 que faz parte da frota da Bravo Airlines, mas está armazenado no Aeroporto Internacional de Borýspil, na cidade de Kiev. Esse último MD-82 foi forçado a permanecer em terra devido ao conflito bélico entre Ucrânia e Rússia.
A frota global de MD-80 é ligeiramente superior a 100 aeronaves. Dois países são os maiores operadores deste modelo no mundo: Estados Unidos e Irã. O restante das aeronaves está distribuído entre países da África, Ásia e América Latina e Caribe.
