A Southwest Airlines alertou para o crescente fenômeno do que chamou de “lavagem de currículo” em meio à atual escassez de pilotos nos Estados Unidos. A companhia aérea, sediada em Dallas, alega que muitos pilotos estão se unindo a ela com o propósito deliberado de ganhar experiência e, posteriormente, fazer a transição para companhias aéreas maiores, como a Delta Air Lines ou a United Airlines.
O diretor de operações da Southwest, Andrew Watterson, cunhou o termo “lavagem de currículo”, como relatou o Dallas Morning News.
Segundo Watterson, em geral, grandes companhias aéreas norte-americanas, como Delta e United, tendem a recrutar pilotos das empresas afiliadas. No entanto, recentemente, muitos pilotos regionais decidiram se unir à Southwest com a pretensão de permanecer na companhia apenas o tempo suficiente para serem contratados pela Delta ou United.
O desafio é que a Southwest investe expressivamente em tempo e recursos financeiros na formação desses profissionais, para posteriormente vê-los saltar para uma transportadora maior com mais possibilidades de crescimento. Watterson ressalta que esses pilotos regionais estão cientes que ter a Southwest ou qualquer outra grande companhia aérea no currículo aumenta suas chances de alcançar os objetivos profissionais desejáveis.
Companhias aéreas como a Delta e a United têm, paradoxalmente, interesse em não contratar pilotos de empresas afiliadas. Isso ocorre porque essas transportadoras regionais, como SkyWest ou Mesa, enfrentam déficits maiores de pilotos do que as grandes companhias aéreas que operam para elas. Contratar muitos pilotos dessas empresas poderia resultar em um maior número de rotas regionais sem condições de operar.
No caso da American Airlines, a situação é um pouco diferente, pois suas transportadoras regionais são subsidiárias integrais, tornando o percurso de passagem da linha regional para a principal mais claro e definido em comparação com a Delta ou a United.
A considerável diferença salarial entre a Southwest e as grandes transportadoras aéreas torna a “lavagem de currículo” uma estratégia tentadora.
Em comparação com os cerca de 22 milhões de dólares em salários, benefícios e pacotes de aposentadoria que um piloto pode ganhar ao longo de 40 anos na American ou United Airlines, na Southwest, o valor é cerca de 16,3 milhões de dólares. Uma grande diferença que estimula a mobilidade, mesmo que isso signifique iniciar novamente no degrau mais baixo da escada.
Porém, o fenômeno não parece ser novidade no setor, especialmente para pilotos mais jovens que buscam construir sua carreira.
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