FAA aperta política de certificação para ampliar supervisão das mudanças nos controles de voo

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A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) anunciou uma nova política de certificação de aeronaves que visa aumentar a supervisão das principais mudanças nos sistemas de controle de voo. Essa medida vem como resposta aos acidentes fatais envolvendo os aviões Boeing 737 MAX em 2018 e 2019.

No final de 2020, o Congresso aprovou uma legislação para reformar o processo de certificação de aeronaves da FAA, exigindo que os fabricantes forneçam à agência informações críticas de segurança, principalmente sobre sistemas que manipulam os controles de voo sem ação direta do piloto.

Segundo a Reuters, a FAA informou que está emitindo orientações adicionais para os fabricantes identificarem essas informações de segurança, com o objetivo de aprimorar a segurança na certificação de aeronaves.

No caso dos acidentes com o Boeing 737 MAX, a Boeing não divulgou à FAA detalhes importantes sobre o sistema de segurança MCAS, que se mostrou ligado aos acidentes. A empresa afirma estar trabalhando em conjunto com a FAA para atender todos os requisitos do processo de certificação.

Um relatório do Congresso dos EUA destacou falhas na classificação do MCAS como sistema crítico de segurança pela Boeing, o que poderia ter resultado em um maior escrutínio por parte da FAA durante a certificação. O relatório também apontou falhas da FAA na supervisão da Boeing e na certificação da aeronave.

Os acidentes do Boeing 737 MAX resultaram em perdas financeiras consideráveis para a empresa, além de uma paralisação de 20 meses nas entregas do avião mais vendido. A FAA ainda está avaliando a certificação de duas variantes adicionais do MAX, o MAX 7 e o MAX 10.

Com essas novas diretrizes, a FAA busca estabelecer marcos durante o processo de certificação para avaliar se as mudanças de projeto nos sistemas das aeronaves são consideradas novas ou incomuns, exigindo um escrutínio adicional.

No ano passado, a FAA concedeu à Boeing uma extensão do programa de conformidade regulatória, porém mais curta do que a fabricante buscava, a fim de garantir a implementação das melhorias necessárias.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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