O diretor da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), Mike Whitaker, em uma audiência no Senado, afirmou que o órgão foi negligente em sua supervisão da Boeing. A declaração foi motivada por um incidente ocorrido em janeiro, quando uma aeronave da fabricante perdeu um painel de porta logo após a decolagem.
Segundo Whitaker, havia uma falta de envolvimento da FAA na fiscalização da Boeing antes do incidente de 5 de janeiro. Ele destacou que os processos envolvendo um Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines priorizavam excessivamente a documentação em detrimento das inspeções
Desde o quase-acidente, a FAA tem enviado um número maior de inspetores, assegurou Whitaker aos senadores. Ele próprio tem planos de visitar uma fábrica da Boeing na Carolina do Sul.
“Estamos usando todas as nossas capacidades de fiscalização para garantir que a Boeing se responsabilize por qualquer infração. Atualmente, estamos conduzindo várias investigações e analisando várias denúncias de delatores”, pontuou Whitaker.
A perda do painel da fuselagem desencadeou novas investigações relacionadas à qualidade dos aviões da Boeing. A NTSB, órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos, descobriu que quatro parafusos importantes não estavam fixados e não existiam documentos registrando a remoção dessas peças. Além da FAA, o Departamento de Justiça dos EUA também está investigando o incidente com o MAX 9.
Após janeiro, surgiram mais relatos sobre problemas com os controles de qualidade dos aviões da Boeing, como no caso do 787 Dreamliner. Nesse modelo, verificou-se que as inspeções de conexão entre a fuselagem e a asa não foram realizadas, embora tenham sido registradas.
Whitaker afirmou que a Boeing precisa passar por uma “mudança fundamental” em termos de segurança. Ele também admitiu que a FAA foi complacente e prometeu uma abordagem mais proativa.
