
Um relatório divulgado recentemente apontou que operadores de aeronaves regionais Superjet 100 (SSJ 100) estão com problemas por conta da escassez de velas de ignição para motores russo-franceses SaM146. Com isso, parte da frota pode parar temporariamente devido ao esgotamento dos estoques de peças, que são de fabricação americana e também ao lento processo de substituição de suas importações.
De acordo com o canal do Telegram “Aviatorshina”, que tem fontes na indústria da Rússia, nos últimos 11 meses, as velas de ignição foram fornecidas pela PJSC UEC-Saturn de suas reservas, mas, no momento, a empresa tem dificuldades em fornecer tal serviço.
As velas de ignição são usadas para dar partida nos motores – elas criam uma faísca para acender e manter a combustão da mistura ar-combustível na câmara de combustão. Cada motor tem duas velas de ignição. A lista mínima de equipamentos úteis (MEL) do SSJ-100 permite que um dos quatro canais do sistema de ignição do motor fique fora de serviço por três dias.
Os operadores do Superjet 100 são aconselhados a substituir as velas de ignição a cada 1.000 ciclos de voo. Na prática, uma vela é suficiente para 2-3 mil ciclos, após os quais falham devido à erosão e desgaste do eletrodo central e do semicondutor.
A Saturn, subsidiária da empresa estatal russa United Engine Corporation, é uma das duas empresas que formam a PowerJet, uma joint venture encarregada de produzir e dar suporte ao SaM146, o único motor do Sukhoi Superjet 100. A outra empresa envolvida na joint venture é a fabricante francesa de motores Safran.
Antes que as sanções fossem aplicadas contra a aviação russa após a invasão da Ucrânia, as velas de ignição dos motores SaM-146 eram fabricadas pela empresa norte-americana Unison Industries.
Algumas transportadoras já se preparam para voar menos nessas aeronaves e colocar parte da frota de lado. Entre elas, está a maior operadora do Superjet 100 do país, a companhia aérea Rossiya, que, segundo o “Aviatorshina”, voará apenas 30 dos 76 SSJ-100 na temporada primavera-verão do hemisfério norte. No total, havia 161 Superjet 100 nas frotas de transportadoras comerciais na Rússia no início de março.
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