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Em entrevista a um jornal, o CEO da LATAM, Jerome Cadier, não poupou críticas ao governo em relação à condução da Pandemia do Coronavírus.
A entrevista foi concedida ao jornal Estadão, e focada nos efeitos da Pandemia no Setor Aéreo, um dos mais afetados pelo Coronavírus no Brasil e no mundo.
Quando questionado sobre a questão da desvalorização do real frente ao dólar americano, o CEO cita que 60% dos custos da empresa são dolarizados, como leasing (aluguel das aeronaves), peças, softwares e treinamento especializado.
“Mas a sensação é a de que falta gestão. Todo mundo está lidando com a crise. Alguns países estão lidando melhor; outros não. O Brasil está no grupo que claramente sofre mais com a crise. Assim como uma empresa, um governo lida com a realidade e com a percepção. E, hoje, o País está sofrendo pelos dois. A gente sofre pela realidade, porque os números (de casos e mortes) estão muito ruins, mas a gente também sofre com a percepção de que existe uma politização do tema da saúde e um desalinhamento entre municípios, estados e federação”, afirma o CEO.
Já sobre a questão da ajuda do governo, Jerome elogia as medidas, como a cessão de espaço de pátio em Bases Aéreas como a de Brasília, para que as companhias aéreas pudessem colocar seus aviões de maneira gratuita, assim como a postergação de recolhimento de taxas aeroportuárias e do reembolso de passageiros.
Outros pontos criticados incluem o não uso de máscara por parte de membros do alto escalão do governo, além da falta de comunicação e transparência do governo.
Em questão de perspectivas, Jerome espera que apenas em 2023 o volume de passageiros volte ao de 2019, já que o Brasil não é tão bem visto lá fora e as fronteiras continuam fechadas. Apesar da retomada, a saída de caixa no período irá atrapalhar o faturamento: “Isso deve fazer com que o faturamento demore para voltar. Se será em 2024, 2025 ou 2026, é difícil precisar”, conclui o CEO.
