Fotos mostram que drone americano derrubado estava fora do espaço aéreo russo

A geolocalização feita por imagens e dados oficiais apontam que o drone dos EUA não estava violando o espaço aéreo russo quando foi derrubado, como alguns veículos ao redor do mundo informaram.

Um drone MQ-9 | U.S. Air Force photo by Airman 1st Class William Rio Rosado

O encontro entre um drone MQ-9 Reaper e um caça russo Sukhoi Su-27 Flanker foi registrado por uma das câmeras do drone americano, mostrando que o avião russo voou perigosamente ao lado dele. O Su-27 acabou atingindo uma das pás da aeronave não tripulada e jogou combustível em cima dela de forma ofensiva. O drone acabou perdendo controle e teve sua destruição comandada a distância pelos EUA.

A gravação divulgada pelo governo americano, ainda que curta, feita a partir do drone, mostra que ele estava ao menos 30 quilômetros além do espaço aéreo da Crimeia, região invadida pela Rússia em 2014.

As definições da ONU para mar territorial (que incluem o espaço aéreo territorial, que se define pela área em que o país tem total autonomia para uso) são de 12 milhas náuticas (22 km), fora disso é espaço aéreo e mar internacional, não tendo jurisdição de nenhum país nesta área.

No vídeo divulgado pelos EUA é possível ver partes da Crimeia e daí foi determinada a localização do Reaper, que estava entre 30 a 40 km da costa da região invadida.

No entanto, um mapa divulgado pelo próprio EUA (ainda que impreciso segundo os militares), mostra que o drone estava ainda mais longe. Outras fontes alegam que devido à altitude que o MQ-9 Reaper estava causou uma distorção no cálculo de geolocalização, e que ele estaria a 100 km de distância da costa. O ponto comum é que, realmente, o drone não estava dentro das 12 milhas náuticas além da praia que fazem parte do território russo invadido.

As implicações deste abate em espaço aéreo internacional podem ser diversas, mas por ser uma aeronave não-tripulada, é esperado que os EUA apenas mude o método de vigilância, mas não retalie diretamente. Nada, porém, é garantido e tudo é possível num conflito.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

Veja outras histórias