A GOL Linhas Aéreas está negociando as dívidas que foram contraídas durante a pandemia e pioradas com os problemas relacionados com a Boeing, sua principal fornecedora. Porém, as conversas mal começaram e demonstraram ser difíceis, dada a quantidade de interessados envolvidos, desde lessores, investidores, bancos e outros tipos de credores.
Segundo o Editor da Folha de São Paulo, Julio Wiziack, a empresa está considerando abrir Recuperação Judicial, mas nos Estados Unidos da América, o chamado Chapter 11.
Este foi o mesmo caminho adotado pela LATAM, que optou pelo Chapter 11 ao invés de abrir o processo no Brasil e no Chile, onde ficam suas principais sedes. Por ambas, assim como a Azul, serem listadas na Bolsa de NY e empresas registradas nos EUA, elas têm essa opção jurídica.
Hoje, a dívida da GOL gira em torno de R$20 bilhões de reais, sendo que R$3 bi estariam vencendo até o final do ano e a empresa não tem mais garantias para apresentar nos possíveis refinanciamentos e renegociações, já que boa parte dos ativos foram colocados junto ao Grupo Abra, o qual também controla a Avianca Colombia, que também passou pelo mesmo processo nos EUA.
Caso o Chapter 11 seja colocado, todas as dívidas até o momento da entrada em Recuperação Judicial serão congeladas, o que dá um fluxo de caixa maior para a empresa que fica apenas com as obrigações correntes e do dia a dia.
A LATAM saiu mais fortalecida após passar pelo Chapter 11 e hoje é a menos endividada das 3 grandes brasileiras, mas também precisou fazer cortes de pessoal, devolver aeronaves e se reorganizar.
Enquanto o histórico do processo americano seja positivo, o do brasileiro é tenebroso: Avianca Brasil (Oceanair), Itapemirim, Varig, Vasp sucumbiram diante da Recuperação Judicial no Brasil, que para muitos é confusa e não tem certeza de quais decisões serão tomadas.
Vale destacar, porém, que todas estas empresas aéreas estavam sendo administradas de maneira péssima e até amadora, por vários anos e com anuência dos donos, motivo qual entraram em RJ.
Em nota a GOL afirmou que “mantém seus esforços para melhorar a lucratividade, fortalecer seu balanço para posicioná-la, no longo prazo, como empresa que democratizou o transporte aéreo no país. Para isso, informa que está em discussões com seus stakeholders financeiros (credores) sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações”.
