O governo brasileiro, através do Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, reconheceu os erros feitos contra a Panair do Brasil que levaram ao seu fechamento.
Aquela que já foi a maior companhia aérea do Brasil passava por um período turbulento quando foi fechada do dia para a noite pelo governo do Marechal Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar brasileira, que declarou falência da empresa através de uma decisão do Brigadeiro Eduardo Gomes, então ministro da Aeronáutica.
Boa parte dos ativos da Panair, incluindo aeronave, rotas e hangares foram repassados para a Varig e a Cruzeiro, que eram mais próximas dos militares. Inclusive a Celma, hoje subsidiária da General Eletric (GE Aviation) e única fabricante de motores aeronáuticos de ponta no Brasil, que também era da Panair e foi tomada pelos militares.
Agora, o governo atual brasileiro reconheceu os erros dos antecessores na Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A presidente da comissão, Eneá de Stutz e Almeida, pediu desculpas para o filho de Celso da Rocha Miranda, que foi um dos fundadores da companhia aérea junto do empresário Mário Wallace Simonsen, que era dono da TV Excelsior, que também foi fechada por ordem do governo militar.
“Eu quero pedir desculpas em nome do Estado brasileiro por todas as atrocidades, por toda a perseguição política que tanto a família dos senhores como as 5.000 familiares, todos os familiares da família Panair”, disse Enéa para Rodolfo da Rocha Miranda, segundo reporta a Veja.
Além do favorecimento à Varig, a Ditadura Militar no Brasil também perseguiu um dos maiores pilotos brasileiros: Rui Moreira Lima, Tenente-Brigadeiro do Ar com 94 missões na Segunda Guerra Mundial.
Com a Lei da Anistia aprovada em 1979, tanto os militares como os opositores, dentre eles da Junta Comunista, foram anistiados de quaisquer crimes, e a Panair (e seus “herdeiros”) nunca receberam uma compensação de fato sobre a falência forçada.
