O mais recente caso de apreensão de aeronaves “no estrangeiro” tem causado polêmica, e o Irã nega que esteja envolvido com o Jumbo venezuelano.
Tudo começou na última segunda-feira, dia 6, quando um jumbo da estatal venezuelana Emtrasur Cargo pousou em Buenos Aires. A visita do avião per se não era grande novidade, já que a Argentina mantém relações diplomáticas normais com a Venezuela. Mas as autoridades hermanas se atentaram a algo estranho naquele voo: haviam tripulantes da Venezuela e do Irã na aeronave, sendo que alguns não constavam no manifesto do voo (não foi informado quantos estavam nessas condições).
Um imbróglio se iniciou, os tripulantes acabaram liberados após passar pela imigração com seus documentos autorizados, mas a aeronave está ‘presa’, já que, segundo informações locais, nenhuma empresa argentina quer chegar perto do Jumbo, com medo de sofrer retaliações dos EUA.
Como a aeronave pertenceria à Mahan Air, uma empresa aérea sancionada pelos EUA, qualquer apoio logístico para uma de suas aeronaves poderia causar retaliações americanas, que acusam a companhia aérea de traficar armas para o Irã e seus aliados.
A aeronave, de fato, era do Irã, mas foi transferida para a Venezuela no começo desse ano. Não se sabem quais foram os termos acordados entre os governos dos dois países, mas, com a confusão acontecendo em Buenos Aires, começaram a surgir rumores de que o avião era ainda da iraniana Mahan Air, que tinha apenas alugado para a Emtrasur.
Segundo a mídia estatal turca Anadolu, a Mahan Air está tentando se desvencilhar disso e negou que seja dona, afirmando que o Jumbo, um dos poucos 747-300 ainda em operação no mundo, já tinha sido transferido para a Venezuela há mais de um ano e em caráter definitivo.
Ainda, segundo a companhia iraniana, a tripulação pertence toda à Venezuela “e não tem nada a ver com a Mahan Airlines, alegando que essa foi uma apreensão por motivos políticos”.
Ironicamente ou não, a apreensão aconteceu enquanto Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, se encontrava com seu equivalente no Irã, reafirmando a ‘Amizade indestrutível’ entre os dois países, segundo o próprio Maduro teria afirmado. O que se sabe de tudo isso é que esse “enrosco” ainda levará algum tempo até ser resolvido.
