Um jornalista de Brasília afirmou hoje (25) que a Força Aérea Brasileira estaria usando um ônibus para fazer campanha para Jair Bolsonaro, mas o número “22” que estampa o veículo tem outra origem completamente distinta.
A polêmica girou em torno da campanha “Dimensão 22”, da FAB, que destaca o número “22”, que também é o mesmo número do Partido Liberal (PL), pelo qual Jair Bolsonaro é candidato a reeleição como Presidente da República. O caso ocorreu hoje, depois que o jornalista Ricardo Noblat, velho conhecido do setor político e que escreve atualmente para o portal brasiliense Metrópoles, levantou a questão..
Em uma publicação feita com o titúlo “ônibus de militares da FAB circulam com número de campanha de Bolsonaro”, o jornalista, sem fazer a apuração esperada de quem exerce a profissão a 18 anos, afirma que os ônibus estão de maneira proposital com o número 22 em destaque. Mas a história é outra.
O que é “Dimensão 22” afinal?
A campanha publicitária “Dimensão 22” começou em 2017, como mostra o vídeo abaixo. Ela destaca a exata dimensão do espaço aéreo sob responsabilidade da FAB, que corresponde a uma área de 22 milhões de km2, que segundo a força é “um cenário tridimensional fabuloso que a Força Aérea Brasileira protege por meio das ações de Controlar, Defender e Integrar”.
Para destacar o tamanho da responsabilidade de defender uma área tão grande, o número “22” ganha um destaque maior, mas isto ocorre desde 2017, quando Jair Bolsonaro ainda era filiado ao PSC, com número “20”, tendo migrado no seguinte para o PSL, com número “17”, com o qual conseguiu se eleger presidente.
Desde o início da campanha “Dimensão 22”, banners são colocados em instituições da FAB, assim como projetados em shows aéreo, estampados em ônibus, mídias sociais e vídeos, como uma verdadeira campanha publicitária.
Associar um número eleitoral a uma campanha de uma força militar, de maneira equivocada e em um momento sensível, ajuda a exacerbar o cenário de divisão que existe no país atual. A própria ideia do jornalista vai de encontro ao objetivo dos militares ao criarem o “Dimensão 22” num governo anterior: o de “Integrar o Brasil”.
