Um estudo recente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) classifica a crise do covid-19 como a pior da história da indústria. Em uma entrevista a um periódico colombiano, um executivo da Latam fala sobre a recuperação do segmento. Apesar de não se referir diretamente ao Brasil, as informações vão ao encontro do que outros executivos esperam mundo afora.
Em entrevista ao La Republica, Santiago Álvarez, CEO da LATAM Airlines Colombia, falou sobre as medidas adotadas para mitigar a crise e os pedidos feitos ao governo.
Segundo o executivo, a incerteza é o que reina no momento e, segundo cálculos de analistas, o cenário básico diz que nos próximos três a quatro meses, a operação será praticamente zero. Citando o exemplo da Colômbia, há incerteza quanto ao tempo que durarão as medidas de isolamento social do governo. De qualquer forma, mesmo se essas caírem, a demanda levará um tempo importante para se recuperar.
“Estamos vendo que nos próximos três ou quatro meses estaremos no ponto mais baixo e, em dezembro, projetamos estar entre 60% e 70% da operação que realizávamos antes da crise do covid-19. Levaremos mais 12 meses, ou seja, dezembro de 2021, para recuperar totalmente a demanda”, disse o executivo.
Quando questionado sobre a gestão financeira, ele cita três frentes. A primeira diz respeito aos funcionários, onde, à semelhança do Brasil, decidiram fazer uma proposta de redução de 50% no salário a todos, com um piso mínimo de dois salários mínimos e meio pelos próximos três meses. A segunda frente são os fornecedores, que estão trabalhando nas possibilidades de extensões de pagamento e redução de custos. A terceira linha é com bancos e investidores.
Ele também comenta sobre as ações de curto prazo do governo colombiano, cujas medidas considera “muito valiosas, mas que geralmente apontam para o curto prazo”. Além disso, a empresa propõe medidas que possam oferecer linhas de crédito para ter liquidez, que são sejam suaves e com importantes períodos de carência.
Entre março e abril, Latam deixará de movimentar cerca de 750.000 passageiros na Colômbia, com 18 aeronaves no solo e, como grupo, são 330 aeronaves paradas no total. No país, há 1.500 funcionários e a maioria aceitou a redução de salários.
“Não conhecemos até onde vai esta crise. Não sabemos quantas companhias aéreas sobreviverão, mas o que sabemos é que pelo menos os processos de embarque e de voo vão requerer medidas extremas. Isso servirá as pessoas sobre viajar em um avião”, disse o executivo.
