Lula diz que não é honesto a Boeing contratar engenheiros brasileiros

Durante evento na fábrica da Embraer em São José dos Campos, o Presidente Lula criticou fortemente a presença da Boeing na cidade.

A fabricante americana, que chegou a fechar acordo de fusão com a Embraer, mas desistiu por problemas financeiros causados pelos problemas no 737 MAX, abriu um grande escritório em São José dos Campos, onde é a sede da Embraer e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA.

A chegada e abertura de vagas irritaram não apenas a Embraer, mas outras indústrias locais, que entraram em processo conjunto contra a Boeing por, segundo eles, estar assediando e contratando os seus funcionários, o que representaria um risco para a indústria e a soberania nacional.

Por outro lado, a Boeing se defende alegando que qualquer cidadão brasileiro é livre para se demitir e candidatar a outro emprego, e não cabe ao empregador atual definir isso.

Usando um quepe de piloto dado por John Rodgerson, CEO da Azul, Lula criticou a investida da Boeing: “Tentou comprar a Embraer, teve um piripaque lá nos Boeings que não deu certo. Ela não quis e não pagou se quer a multa do contrato que ela tinha, e instalou aqui um prédio para levar os nossos engenheiros, então não é correto a gente formar engenheiros, investir dinheiro, e depois vir alguém aqui e cooptar gente”.

“Esse é um problema que eu e o Alckmin vamos discutir, envolver o Ministro do Trabalho, Não é que a gente quer proibir alguém de trabalhar lá fora, mas a gente precisa discutir que não é honesto vir aqui roubar nossos engenheiros sem gastar um centavo para formá-los, se somos nós que gastamos dinheiro para formá-los”, conclui o Presidente.

Até o momento o Planalto não divulgou se o Governo Federal pretende fazer alguma cláusula no edital de admissão ao ITA e instituições federais de ensino superior, que impeça que o formando trabalhe em empresas estrangeiras por algum período após a graduação.