Mais aviões destruídos no Aeroporto Internacional de Cartum em meio a briga pelo poder

Reprodução Twitter (abaixo)

Várias aeronaves comerciais e governamentais já foram destruídas no Aeroporto Internacional de Cartum, no Sudão, como resultado de confrontos armados entre forças leais a Abdel Fattah al-Burhan, chefe do exército sudanês, e as de seu tenente, Mohamed Hamdan Daglo, que comanda as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares.

Junto com as sedes diplomáticas e outros prédios do governo, o maior terminal aéreo do país é um dos principais alvos desde o último sábado, quando começaram os combates na capital, informa o Aviacionline.

A crise foi desencadeada como resultado das tensões sobre a proposta de transição para o governo civil. O Sudão é atualmente governado por uma junta militar. A morte de pelo menos trezentas pessoas já foi confirmada. No entanto, o número real pode ser muito maior.

Segundo informações divulgadas pelo JACDEC, que disponibiliza dados e análises sobre segurança da aviação comercial, foi confirmada a destruição das seguintes aeronaves no aeroporto:

– Embraer E135 do Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas (UNHAS)
– Airbus A330-300 da Saudia, matrícula HZ-AQ30
– Boeing 737-800 da SkyUp, matrícula UR-SQH
– Boeing 737-800 da Badr Airlines, matrícula 4L-MWA
– Boeing 737-300F da Asia Cargo Airlines, matrícula PK-YGW
– Ilyushin IL-62 do governo sudanês, matrícula ST-PRA
– Ilyushin Il-76 da Belcanto Airlines, matrícula EW-576TH
– Pelo menos três outros Ilyushin Il-76
– Dois Antonov An-74
– Um Antonov An-12

O espaço aéreo do Sudão permaneceu restrito desde o início dos combates. Os serviços comerciais de e para o Aeroporto Internacional de Cartum foram cancelados, enquanto os voos que sobrevoariam naturalmente o país mudaram suas rotas. Os desvios causam tempos de voo entre uma e três horas adicionais.

Entre as companhias aéreas mais afetadas por essa situação estão as que utilizam rotineiramente os corredores aéreos sobre o Sudão para conectar o Oriente Médio com a África Ocidental e a América do Sul. As operadoras de serviços entre a África Oriental e a Europa também são afetadas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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