A controvérsia em torno de um Boeing 747-300M da Emtrasur Cargo, subsidiária de carga da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, que permanece no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, levou a uma nova escalada. A Argentina agora emitiu uma fatura de estacionamento para a aeronave, provocando uma explosão pública por parte de representantes do governo venezuelano.
Ramón Celestino Velásquez Araguayán, que atua tanto como ministro dos Transportes da Venezuela quanto como presidente da companhia aérea estatal Conviasa, expressou sua indignação com as ações da Argentina. Em um tuite, ele lamentou que o avião tenha sido “sequestrado” e que as autoridades argentinas o estivessem “mantendo ilegalmente sem motivo algum”. A inclusão de uma cobrança de taxas de estacionamento de junho de 2022 foi vista por Velásquez Araguayán como um insulto.
A origem da controvérsia remonta a junho de 2022, quando autoridades argentinas encontraram não apenas 14 venezuelanos, mas também cinco iranianos a bordo do Boeing 747, enquanto o manifesto do voo previa apenas um pequeno time técnico a bordo. Alé disso, o comandante do voo era acionista e membro do conselho da Qeshm Fars Air e comandante da Força da Guarda Revolucionária Islâmica-Qods/IRGC-QF.
Quanto ao equipamento, o Boeing 747 pertencia anteriormente à Mahan Air e há especulações de que a companhia aérea iraniana ainda seja a verdadeira proprietária do cargueiro, apesar de negar isso. Todo esse imbróglio levou a uma longa investigação e retenção da aeronave em solo argentino.
Como desdobramento recente, janeiro de 2024, o judiciário argentino decidiu a favor de um pedido do Departamento de Justiça dos EUA para apreender a aeronave. O motivo para isso foi que a Mahan Air teria violado leis de controle de exportação dos EUA ao transferir o Boeing 747 para a Emtrasur.
Conforme noticiou o AEROIN mais recentemente, no último dia 7 de fevereiro, o Boeing 747-300M foi transferido para o Hangar 5 da Aerolíneas Argentinas, em um movimento que pode ser interpretado como preparação para a apreensão ordenada pelo sistema de justiça americano.
A raiva atual de Velásquez Araguayán foi exacerbada pelo recebimento de uma fatura que ele mostrou em um vídeo publicado no X (antigo Twitter). Esta fatura foi emitida pelo controle de tráfego aéreo argentino Empresa Argentina de Navegación Aérea e totaliza US$ 7.066,20 (R$ cerca de 35.200) em taxas pendentes de junho de 2022.
“Sequestraram nosso avião EMTRASUR, violando todas as normas vigentes que regulamentam a aviação civil internacional. Nossos pilotos e tripulantes foram libertados, depois de comprovada a inexistência de provas contra eles. Eles mantêm o avião retido ilegalmente sem motivo e no processo enviam notificação de cobrança referente ao mês de estacionamento de junho de 2022. Droga! Desavergonhado!“
Nos secuestraron el avión de EMTRASUR, violando todos los reglamentos vigentes que regulan a la aviación civil internacional. Nuestros pilotos y la tripulación fueron liberados, tras demostrarse que no existen pruebas contra ellos. Mantienen el avión retenido ilegalmente sin… pic.twitter.com/eKymIp53ve
— Ramón Celestino Velásquez Araguayán (@rvaraguayan) February 6, 2024
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