No último domingo (30), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), através da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), informou que vai notificar a Gol Linhas Aéreas para prestar explicações sobre o episódio em que uma passageira foi retirada do voo pela Polícia Federal (PF).
Conforme repercutido pelo AEROIN, o caso ocorreu na noite da última sexta-feira (28), no voo G3-1575 de Salvador a São Paulo, a bordo do Boeing 737-800 de matrícula PR-GUU. Em um vídeo que circula nas redes sociais, a passageira, identificada como Samantha Vitena, foi expulsa da aeronave por agentes da PF, a pedido do comandante do voo (clique no link para assistir novamente às imagens).
Em justificativa, através de nota à imprensa, a companhia aérea alegou que os agentes foram chamados porque a passageira negou-se a despachar a bagagem de mão corretamente. No entanto, testemunhas do caso afirmam que Samantha já havia acomodado a mochila em um compartimento e que os policiais chegaram quase 1 hora depois.
“Ao que parece, mais um caso de racismo nas relações de consumo. A Secretaria Nacional do Consumidor atuará com firmeza contra o racismo no consumo“, frisou o secretário Wadih Dahmous.
MDHC e MIR
Além da Senacom, os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e da Igualdade Racial (MIR) notificaram a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e acionaram a Procuradoria-Geral da República e a Superintendência Regional da Polícia Federal (PF), ambas na Bahia, para que promovam ações de enfrentamento ao racismo após a passageira ser retirada do voo.
A ANAC foi notificada para que adote todas as medidas cabíveis para prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas e para que aprimore seus mecanismos de fiscalização. Já a Procuradoria-Geral e a Superintendência da PF foram acionadas com o objetivo de que crimes, infrações e violações sejam identificados, apurados e que providências sejam tomadas.
A nota conjunta entre o MDHC e o MIR ressalta que “a responsabilização neste caso possui papel educativo e cabe tanto à Gol quanto à Polícia Federal prestarem satisfações”. “Estamos em contato já com a companhia aérea para que sejam prestados os esclarecimentos devidos“, completa o comunicado.
SNA
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os tripulantes de voo do Brasil, publicou um comunicado apresentando seu posicionamento em repúdio às acusações de racismo aos comissários de bordo no episódio.
Leia mais sobre o caso:
